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Líder da oposição angolana diz que adversários do Presidente estão no MPLA

O líder da UNITA, maior partido da oposição em Angola, acusou hoje membros do MPLA, no poder, de serem os adversários do Presidente, desafiando João Lourenço a ser “patriota” para superar a crise que o país enfrenta.

“Os adversários do Presidente são as forças de bloqueio à mudança. E estas forças não estão na UNITA, estão no seio do MPLA. A oposição hoje são todos os que resistem ao combate à corrupção e à impunidade. São aqueles que enganam o Presidente da República e não querem devolver o dinheiro roubado aos angolanos. São aqueles que não querem que o país corrija de facto o que está mal e melhore o que está bem”, afirmou o líder da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Isaías Samakuva, num discurso de réplica à intervenção do chefe de Estado sobre o estado da nação, no passado dia 15.

Samakuva, que em novembro deixará a liderança do partido, defendeu que atualmente “os adversários da política [de João Lourenço] de combater a corrupção e consolidar o Estado de direito estão no MPLA” (Movimento Popular de Libertação de Angola), enquanto a oposição “apenas pretende aliviar o sofrimento da maioria dos angolanos”.

Perante as mudanças que João Lourenço pretendeu aplicar, “as forças de bloqueio que estão no Governo, nos tribunais, na banca, na academia, em todo o lado, saíram da toca, reorganizaram-se e querem atacar”, referiu.

Os angolanos “esperam que o seu Presidente se alie aos patriotas e se coloque na vanguarda de um movimento nacional para a mudança”, prosseguiu o dirigente da UNITA.

Só assim, o Presidente João Lourenço, que é também líder do MPLA, “terá força política e moral para liderar e gerir a mudança e não ser absorvido por ela”, sustentou.

Samakuva apelou ainda ao chefe de Estado para não se preocupar com o MPLA, “porque os pilares que sustentavam o MPLA já ruíram e muitos dos seus dirigentes já se declararam inimigos do Presidente”.

“A política do Estado não é unidade em torno do que está mal, nem é assegurar a estabilidade baseada no compadrio e nos privilégios de alguns, à custa do sofrimento da grande maioria de angolanos. Ser patriota hoje é ter a coragem de romper com o passado e dar ao país um novo começo”, considerou.

Depois de apontar que o país está a viver a quarta recessão económica consecutiva, o líder da UNITA afirmou que “tudo indica que a crise vai agudizar-se porque não se fiscaliza a execução orçamental do executivo, não se alterou a cultura dos dispêndios, não se melhorou a qualidade da despesa pública e o país continua a endividar-se sem parar, sendo que a dívida pública atingiu já o equivalente a 90 por cento do Produto Interno Bruto”.

“A crise económica e financeira que o país vive só será ultrapassada a médio prazo se, a partir de agora, o senhor Presidente da República se afastar decididamente da oligarquia que capturou o Estado e passar a governar para a cidadania com vista a alcançar os quatro objetivos a que se referiu na sua mensagem sobre o estado da nação, a saber: consolidar em Angola um verdadeiro Estado de direito, alterar a estrutura económica de Angola, efetuar mudanças estruturais profundas e alterar profundamente o paradigma da governação”, referiu Samakuva.

Apesar de elogiar as intenções do chefe de Estado no combate à corrupção, o partido defendeu que este “precisa de ganhar um novo fôlego para possibilitar que a transformação estrutural da economia angolana responda às necessidades de desenvolvimento”.

O dirigente da UNITA também considerou “uma medida acertada” a privatização de quase 200 empresas e ativos, mas sugeriu que sejam confiscados os “muitos ativos espalhados pelo país que aparentemente não têm dono, mas são do Estado, porque foram adquiridos com dinheiro do Estado e nunca foram registados como propriedade do Estado”.

Lusa

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Etiquetas: ÁfricaAngola

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