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Líder da JP admite que “Deriva política” do PSD pode tornar CDS “albergue dos descontentes”

O líder da Juventude Popular (JP) admitiu hoje que a “deriva política” do PSD pode vir a beneficiar o CDS-PP nas eleições, tornando os centristas num “albergue de descontentes” com o rumo dos sociais-democratas.

Apesar de o PSD ser “parceiro tradicional e estratégico” do CDS, como já aconteceu no passado, os centristas não querem ser “partido satélite ou mordomo” dos sociais-democratas e deve continuar a fazer um “caminho autónomo” de afirmação no centro-direita, afirmou aos jornalistas Francisco Rodrigues dos Santos, à margem da escola de quadros da JP, a decorrer até domingo em Peniche, Leiria.

“Se o PSD não tem a habilidade” para se afirmar neste campo político, isso “penaliza o centro direita, mas, em última instância, até pode beneficiar o CDS”, afirmou.

“A flutuação do eleitorado no centro-direita pode acabar por ver no CDS o albergue de todos quantos estão descontentes com o rumo ou a deriva política do PSD”, disse o líder da “jota” centrista, para quem uma maioria à direita se constrói tanto como PSD com 20 por cento e o CDS com 30 por cento ou o CDS com 40 por cento e o PSD com 10 por cento.

Na véspera, o ex-presidente do PSD Marques Mendes, num jantar-debate integrado na escola de quadros, alertou que “se não tiverem cabecinha” PSD e CDS podem perder as próximas eleições.

O líder da JP interpretou as palavras do conselheiro de Estado e comentador político como uma “mensagem subliminar endereçada, de forma indireta, ao partido de que foi presidente”, a agora liderado por Rui Rio.

Exemplo da diferença entre os dois partidos à direita é a “forma clara” como os centristas se têm assumido como oposição, “afirmando-se como contrapeso ao Governo socialista”, deixando claro também que não será parceiro dos socialistas no futuro, disse Rodrigues dos Santos, no segundo dia da escola de quadros que reúne cerca de 100 jovens da JP em sessões de formação política, este ano centradas em questões europeias.

O líder da JP disse que a iniciativa, este ano na quinta edição, não é “uma fábrica de jotinhas” nem é lugar de “transação de interesses” nem é uma “mercearia política”.

É um fórum de debate de discussão de ideias, assente nos “valores do partido” e não se pretende “formatar” os jovens nem “impor dogmas no espírito”, acrescentou.

A JP quer, com este tipo de encontros, dar “competências” aos jovens alunos – 102, no total, dos 15 aos 30 anos – para possam “estar aptos a ser os governantes de amanhã”.

De acordo com dados da organização, a média de idades é 23 anos, representando os 18 distritos e as regiões autónomas dos Açores e da Madeira.

O método de escolha da JP tentou que a representação fosse paritária, entre homens (61) e mulheres (41).

Na sua maioria, os “alunos” da escola de quadros são estudantes – 30 no ensino secundário, 27 frequentam uma licenciatura, 15 mestrado e dois doutoramentos. Há ainda 28 que estão no mercado de trabalho.

Este ano, os temas são muito centrados na Europa, face às eleições para o Parlamento Europeu, em 2019, tendo cabido a Nuno Melo, cabeça de lista do CDS, abrir os trabalhos, na quinta-feira à noite, mas foram também abordados temas como a defesa nacional, a imigração ou a economia digital.

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