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Leitão Amaro deixa parlamento na próxima legislatura, mas promete não abandonar a política

O vice-presidente da bancada do PSD António Leitão Amaro não será candidato a deputado na próxima legislatura, uma decisão pessoal tomada há dois anos e que considera que fará dele “melhor servidor público e melhor político” no futuro.

“Esta é uma decisão de gestão de percurso de vida que vai contribuir para fazer de mim melhor servidor público e melhor político. Não estou a abandonar a vida política, não estou, mas acho que não é só no parlamento que se faz política”, afirmou, em declarações à Lusa.

Leitão Amaro comunicou a decisão à distrital de Viseu do PSD, que se reuniu na sexta-feira à noite, e à Lusa explicou que já a tinha transmitido ao presidente do partido, Rui Rio, há mais de um ano.

“Agora é o momento de o tornar público, quando estamos em pleno processo de elaboração de listas”, justificou, assegurando que a decisão em nada se relacionada com a atual direção do PSD ou com o ciclo eleitoral do partido.

Aos 39 anos, Leitão Amaro esteve nos últimos dez na “política profissional”, três deles no Governo como secretário de Estado da Administração Local e os restantes sete no parlamento, tendo sido cabeça de lista por Viseu em 2015.

O deputado, que também já comunicou a decisão ao líder parlamentar Fernando Negrão, assegura que continuará a trabalhar e participar na campanha eleitoral “com o partido, pelo partido e com a direção nacional pela vitória do PSD nas legislativas”, justificando a saída com razões de “independência, crescimento e coerência”.

“Entendo que é muito importante na política e nos cargos públicos termos capacidade de decidir de acordo com a nossa visão e consciência e isso exige um certo grau de independência. Desenvolver um percurso profissional alternativo reforça essa independência”, justificou.

Se no próximo ano a prioridade será dedicar-se à conclusão do doutoramento na Universidade Católica, o ainda deputado diz não saber o que fará a seguir, a par da docência universitária, que manteve em tempo parcial nos últimos anos, assegurando não estar a trocar a Assembleia da República por nenhum convite.

Considerando que a vida política e parlamentar deve ser “um espelho da diversidade da sociedade” – e que por isso os políticos não devem ser todos funcionários públicos -, Leitão Amaro diz ter consciência da necessidade de alguns cuidados redobrados.

“Sei que alguém que, como eu, quer continuar a ter participação política relevante e ativa tem de saber que há algumas funções, alguns cargos em algumas empresas particulares com maior exposição ao Estado, em que é preciso reservas adicionais”, afirmou, assegurando não irá entrar em esquemas de “portas giratórias”.

Por outro lado, Leitão Amaro considera que “trocar as vestes de representante pelas de mero representado” lhe permitirá sair da “bolha do poder”, em que considera existir “uma certa complacência e uma certa paciência excessiva quanto à resolução dos problemas do país”.

Finalmente, justificou a sua decisão por razões de coerência, salientando acreditar que o Estado não é a única forma de realizar o bem comum, que deverá passar em grande parte “pela ação individual e comunitária”.

Questionado se o futuro político poderá passar por uma candidatura à liderança do PSD, António Leitão Amaro diz “não querer sequer alimentar essa conversa”, considerando que já há “demasiada gente que fulaniza” os desafios do partido.

Na sua perspetiva, o desafio do PSD, para as legislativas e no pós-eleições, é sobretudo programático, considerando que “nunca foi tão possível como nos últimos anos mostrar a forma diferente de ver o país e a sociedade”.

“Felizmente no PSD temos gente muito boa na direção nacional e fora da direção nacional”, considerou.

Para o vice-presidente da bancada social-democrata – cargo que manterá até final da legislatura, – “o resultado da legislativas não é nenhuma fatalidade”.

“Não tem de ser igual ao das europeias, pode ser melhor, depende muito de nos também. Seja qual for o resultado, eu acredito muito no futuro do PSD e na sua capacidade de ser a única alternativa e não apenas pela pessoa A, B, C ou D”, realçou.

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