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Leia a frase de um ministro que incendiou as redes sociais

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O ministro da Justiça egípcio deixou as redes sociais em polvorosa, nesta segunda-feira, depois de uma frase polémica. Mahfuz Saber defendeu que “um filho de um varredor não pode aspirar a ser juiz”. Mas disse mais.

No Egipto, pelo menos um quarto da população vive abaixo do limiar da pobreza, segundo dados oficiais do Governo. No entanto, ser pobre não significa ter pouco prestígio, ou deixar de encarar a possibilidade de ter uma carreira com futuro.

Mas este não é o ponto de vista de Mahfuz Saber. O ministro da Justiça egípcio considera que “um filho de um varredor não pode aspirar a ser juiz”, porque se trata de “um cargo de grande prestígio e estatuto”.

Mahfuz Saber, que falava na televisão, foi mais longe. Para se ser juiz é necessário ter origens em “meios respeitáveis”.

As declarações do membro do Governo foram amplamente divulgadas nas redes sociais e serviram de mote para discutir a ausência de coesão social naquele país, onde grande parte da riqueza se concentra numa elite de poderosos.

Confrontado sobre a eventualidade de um filho de um varredor ocupar um alto cargo na magistratura, o ministro foi ainda mais polémico: “Rapidamente entraria em depressão e abandonaria o cargo”.

Boquiabertos, alguns utilizadores das redes sociais usaram estas plataformas para manifestar a sua indignação pelo modo como as populações mais frágeis são olhadas pelos poderosos.

Esta declaração trouxe para a agenda mediática um facto perturbante: no ano passado, mais de 130 aspirantes a magistrados, naquele país, viram as suas candidaturas reprovadas porque os respetivos pais não tinham curso superior.

Há quem peça a demissão de Mahfuz Saber e até do Governo. Um utilizador do Twitter lembrou que morrem ‘filhos de varredores’ no Sinai, “para defender o poder”, vítimas de jihadistas do Estado Islâmico.

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