O som dos explosivos que demoliram a torre quatro do baixo do Aleixo, num processo irreversível, ‘calou’ os gritos da revolta dos moradores, indignados com Rui Rio, presidente da Câmara do Porto.
As lágrimas silenciosas passariam despercebidas, se não viessem acompanhadas de insultos ao autarca que levou a cabo este projeto de reabilitação urbana na cidade, desmantelando o que considera ser um centro do tráfico de droga.
A torre quatro do bairro do Aleixo foi hoje demolida, em mais uma fase que visa reabilitar aquela zona da cidade do Porto e combater o que Rui Rio, presidente da Câmara do Porto, considera ser um símbolo do tráfico de droga da Invicta.
Indiferentes à dor dos moradores, os explosivos destruíram, em poucos segundos, na manhã desta sexta-feira, mais uma das torres do Aleixo. O processo decorreu como esperado, segundo os técnicos da demolição.
Mais uma vez, ouviram-se gritos de insulto e choros compulsivos de moradores indignados, que contestam a demolição do Aleixo e argumentam que, segundo o próprio autarca, era na torre um que se concentravam os traficantes. Mas a torre um permanece nos céus, passando imune, para já, a esta demolição que Rui Rio diz ser “irreversível”.
O presidente da Câmara do Porto defende-se e diz que “não tem interesse nenhum interesse em realojar” pessoas que são o rosto do tráfico. Nesse sentido, decidiu adiar a demolição da torre um do bairro do Aleixo para “evitar realojar quem não deve ser realojado”.
Rui Rio não cumpriu a promessa eleitoral de demolir todas as torres do bairro do Aleixo, mas hoje viu cair, em poucos segundos, mais um edifício que segundo o autarca representa a criminalidade e o tráfico de droga na cidade do Porto.