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Ladrões alegam querer salvar animais dos incêndios para assaltar casas vazias

Arrasada pelos ativistas animais pelas ordens dadas durante o incêndio de Monchique, a comandante Patrícia Gaspar foi defendida pelo autor de uma das críticas mais virais, lembrando que houve ladrões a fazerem-se passar por voluntários para assaltar as casas evacuadas.

Sérgio Santos foi o autor de um dos posts mais virais, nas páginas e grupos ligados aos direitos dos animais, durante o incêndio de Monchique.

No texto, o gestor de um consultório veterinário questionava as ordens da segunda comandante operacional nacional da Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC), Patrícia Gaspar, por recusar “toda e qualquer ajuda veterinária na zona” e para “desmontar a tenda de apoio veterinário”.

“A ação das autoridades foi ineficaz e tardia. As vítimas [animais] dos incêndios morreram todas. Seis dias depois de estar a arder é que foram para o terreno com intuito de enterrar as centenas de animais carbonizados”, denunciou, em declarações ao PT Jornal.

Apesar desta posição, Sérgio Santos pediu desculpas públicas a Patrícia Gaspar pelas críticas feitas na tensão do momento, agora que são conhecidos os motivos para as ordens que pareciam impensáveis.

“Agora compreendo e entendo a posição de quem deu essa ordem”, sustentou, admitindo não ter conseguido apurar se a ordem foi mesmo dada pela segunda comandante da ANPC.

“Foi Patrícia Gaspar, em conjunto com Nuno Paixão e a veterinária municipal Ana Silva, quem decidiram criar uma task force’ organizada para bater terreno em busca e salvamento de animais atingidos pelos incêndios e organizar equipas de veterinários com escalas de serviço, para não sobrecarregar ninguém”, esclareceu.

O mesmo ativista que, na altura, criticou Patrícia Gaspar por “recusar ajuda” foi “imediatamente integrado” numa dessas equipas.

A ajuda de voluntários foi recusada para não comprometer a segurança desses mesmos voluntários, acrescentou.

“Outros indivíduos aventuraram-se ainda mais, entrando em quintas e casas ardidas ou prestes a arder, e conseguiram resgatar animais do inferno que se aproximava (bem haja para todos eles). Infelizmente, houve que ficasse rodeado de chamas e, se não fosse a rápida intervenção dos meios, tinham ficado no fogo”.

Mas também aconteceu o impensável: houve quem tentou fazer-se passar por defensor dos animais para assaltar as casas evacuadas devido aos incêndios.

“Ao mesmo tempo, indivíduos não identificados, fazendo-se passar por benfeitores dos animais, andavam a furtar casas já evacuadas”, denunciou Sérgio Santos.

“Foi perante este cenário descontrolado que foi dada a ordem de recusar a ajuda de voluntários”, reforçou.

O ativista animal elogiou a pronta atuação de Patrícia Gaspar, lamentando apenas que a segunda comandante não tenha tomado “as rédeas da situação” mais cedo, o que poderia ter evitado a morte desnecessária de “centenas, se não um milhar, de animais”.

Sérgio Santos concluiu o novo post com “notas futuras” para evitar que se repitam as situações citadas, como “a criação de uma equipa de busca e salvamento animal”, instruir a GNR para recolher informação “de quantos animais se encontram em casa” quando é dada a ordem de evacuação e “não contar apenas com o veterinário municipal para tomar decisões durante dias a fio até chegar à exaustão”.

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