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Kremlin diz que Holanda não apresentou provas da acusação de ataque informático

O Kremlin disse hoje que a Holanda não apresentou qualquer prova sobre as acusações de que espiões russos promoveram, em abril, um ataque informático à Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ), em Haia.

Questionado hoje pelos jornalistas sobre se os elementos apresentados pela Holanda, nomeadamente os passaportes diplomáticos usados pelos quatro agentes constituem prova, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, respondeu “não”.

“Há canais habituais de trabalho[…]Que apresentem os documentos, as provas e as informações por esses canais e estamos disponíveis para os analisar. Não tencionamos falar de tais assuntos por intermédio da comunicação social”, acrescentou.

Esta é a primeira reação oficial do Kremlin depois de a diplomacia russa ter definido o anúncio de Haia como um “ato de propaganda” contra a Rússia.

Paralelamente, o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, citado pelas agências noticiosas locais, anunciou a intenção de convocar hoje o embaixador da Holanda na Rússia.

Os Governos do Reino Unido e da Holanda denunciaram, na quinta-feira, uma série de ataques informáticos a agências e organizações internacionais supostamente da responsabilidade dos serviços secretos militares russos (GRU).

A ministra da Defesa da Holanda, Ank Bijleveld, declarou que o serviço de informação holandês frustrou em abril uma tentativa russa de ciberataque à OPAQ, baseada em Haia, e anunciou a expulsão quatro agentes.

No mesmo dia, o Departamento de Justiça norte-americano anunciou ter acusado sete oficiais russos.

Entre as organizações atacadas estão a Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ), uma agência da ONU com sede em Haia, a Agência Mundial Anti-Dopagem (AMA), localizada em Montreal, ou as equipas que investigavam o desastre do avião da Malaysian Airlines que caiu na Ucrânia em 2014.

O Governo canadiano confirmou ataques à AMA e ao Centro Canadiano para a Ética do Desporto, em 2016, apontando o GRU como “o mais que provável responsável”.

A União Europeia manifestou-se “seriamente preocupada” com os ataques e a NATO exigiu à Rússia que “ponha termo ao seu padrão de comportamento irresponsável, incluindo o uso da força contra vizinhos, tentativas de interferência em processos eleitorais e campanhas de desinformação generalizadas”.

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