Cultura

Kanye West arrasa no Sudoeste

As duas noites consecutivas de música negra urbana, originária dos EUA, a dominar completamente o espetáculo, puseram o festival Sudoeste deste ano na história. Na quinta-feira Janelle Monáe e Snoop Dogg comandaram a noite. Ontem, foi a vez de Kanye West.

Para este cantor, o hip hop é apenas o começo para a elevação da sua arte completa. No Sudoeste, foi possível ver-se a antiguidade clássica através de um painel gigante, ouvir-se ecos de memória da música pop nas suas mais variadas facetas ou assistir-se a um espetáculo de dança clássica, por um grupo de vinte bailarinas.

Kanye Weest e os seus 45 mil espectadores quebraram completamente a imagem que se tinha de que o hip hop é a filosofia dos excluídos e diferentes, que se queriam fazer ouvir.

O cantor não poupa na grandiosidade dos seus espetáculos e prova disso foi o concerto de ontem. Duas entradas em falso e uma hora de atraso começavam já a desmoralizar os espectadores. No entanto, quando Kanye West entrou no palco cheio de força, numa plataforma elevatória nas costas dos espectadores das primeiras filas, ao som de ‘Higher’ e com um cenário composto por raios lazer, fogo de artifício, jogos de fumo e bailarinas, a vibração do público foi total.

O concerto foi dividido em três partes, com cerca de 40 minutos cada uma.

O ritmo do seu espetáculo foi tudo menos equilibrado. Tanto estava em palco cheio de certeza apenas a pronunciar algumas palavras, como adotava uma atitude mais pujante, querendo deixar o mundo aos seus pés.

Segundo o ‘Público’, Kanye West cantou temas de todos os seus álbuns como ‘Power’, ‘Jesus walks’, ‘Can’t tell me nothing’, ‘Hell of a life’ ou ‘Heartless’. Os delírios da noite foram para as músicas ‘Touch the sky’, ‘Gold digger’, ‘All of the lights’ ou “Stronger”, as mais conhecidas por todos.

A última parte também trouxe surpresas, por exemplo, no tema ‘Chariots of fire’ de Vangelis, as bailarinas criaram um efeito ondulante num enorme lençol.

Já em ‘Runaway’, West cantou ao par de dança clássica. O cantor não podia ter deixado de apresentar ‘Hey mama’, afirmando que o concerto foi dedicado à sua mãe, já falecida.

Kanye West já tinha atuado em Portugal, em 2006, em Oeiras, para três mil pessoas. O americano voltou a dar demonstrações do seu talento e fez mesmo lembrar o espetáculo de Bjork, no Sudoeste de 2008.

Depois do grande concerto de Kanye, foi possível ouvir-se a música eletrónica dançante dos anos 90, de Underworld.

No segundo dia de festival, também atuaram Patrice, com o seu reggae, Marcelo Camelo e, num palco secundário, os Deolinda e os belgas DEUS.

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