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Justiça francesa leva 20 pessoas a julgamento extraordinário pelos atentados de 2015

A procuradoria-geral antiterrorismo de França anunciou hoje que abriu um processo para julgar 20 pessoas, entre as quais seis suspeitos já com mandado de prisão, pelos atentados à bomba de 13 de novembro de 2015 em Paris.

Entre as pessoas que a procuradoria quer processar conta-se Salah Abdeslam, o único membro sobrevivente do grupo terrorista que realizou os ataques, provocando a morte de 129 pessoas, entre as quais dois portugueses.

Os ataques, perpetrados por pelo menos sete terroristas, ocorreram em vários locais de Paris, entre os quais a sala de espetáculos Bataclan e o Stade de France, onde decorria um jogo de futebol entre as seleções de França e da Alemanha.

Os contornos do julgamento extraordinário, cuja realização está agendada para 2021 em Paris, serão agora decididos pelos juízes de instrução encarregados de investigar os ataques, considerados os mais mortais de uma vaga de atentados ‘jihadistas’ em França.

Entre as pessoas que a procuradoria quer julgar está também o emir do grupo Estado Islâmico, Osama Atar, um belga suspeito de ter planeado os atentados a partir da Síria e que está acusado de “liderar uma organização terrorista”.

Este veterano da ‘jihad’, identificado sob o nome de guerra de “Abu Ahmed”, nunca foi interrogado, tendo sido dado como morto pelos serviços de informação.

Já Salah Abdeslam, o terrorista sobrevivente que está detido em França há mais de três anos e meio, será julgado por “homicídio, tentativa de homicídio e sequestro organizado para fins terroristas”.

O ministério público francês pede também a expulsão de quatro alegados membros da célula franco-belga do grupo ‘jihadista’, acusados de organizarem os atentados de 22 de março de 2016 no aeroporto e metropolitano de Bruxelas, que provocaram 32 mortos.

Os atentados de Paris de 2015 foram classificados pelo então Presidente de França, François Hollande, como “ataques terroristas sem precedentes no país” e foi, na altura, decretado o estado de emergência e restabelecido o controlo de fronteiras.

O grupo extremista Estado Islâmico reivindicou os atentados.

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