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“Júlio Silva recebeu camisolas e bilhetes do Benfica”, confirma o advogado

Paulo Gomes, o advogado de Júlio Silva, confirmou que o cliente “recebeu efetivamente meia dúzia de bilhetes e uma camisola” do Benfica, mas rejeitou que fossem contrapartidas.

Confrontado pelos jornalistas à saída do tribunal, o turista confirmou que o técnico informático do Ministério da Justiça “recebeu efetivamente” alguns bens alusivos ao Benfica, repetindo que foram “meia dúzia de bilhetes e uma camisola”.

“No futuro, o processo vai explicar porque é que ele recebeu”, acrescentou, negando que fossem contrapartidas, como refere a acusação do Ministério Público.

O advogado desvalorizou também a aplicação da prisão preventiva, a medida de coação mais gravosa, a Júlio Silva.

“Foi gravosa pelo facto das funções que o meu cliente exerce, por ser funcionário judicial, essa é a gravidade, não tem a ver com as contrapartidas”, frisou.

O jurista referiu que o cliente optou pelo silêncio, perante a juíza de instrução criminal, por discordar da forma como estava processada a acusação.

“Não nos foram facultados todos os factos, nem todos os elementos de prova”, justificou.

Paulo Gomes confirmou que no processo constam “perícias de natureza informática, escutas telefónicas, videovigilâncias”, sem que a defesa tenha tido acesso a elas.

“Os indícios estão fortemente descontextualizados, no futuro se irá demonstrar que esta medida de coação é discutível”, acrescentou.

Durante a conversa com os jornalistas, houve um momento em que o advogado se exaltou.

“Neste País há pessoas que recebem milhões de corrupção e continuam a passear”, disparou.

O jurista afirmou ainda que “há acessos a este processo noutras comarcas”, embora sem precisar.

Enquanto Paulo Gomes falava aos jornalistas, Carlos Pinto Abreu, o advogado de Paulo Gonçalves, saiu sem prestar declarações.

“Não quer ser sequestrado pelos jornalistas”, gracejou.

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