Juíza contestada por manifestantes em São Tomé garante legalidade

A juíza são-tomense Natacha Amado Vaz, cuja intervenção na comissão eleitoral de Água Grande motivou hoje um protesto violento em São Tomé, negou estar a recontar votos das eleições de domingo e garantiu estar a agir na legalidade.

Centenas de apoiantes do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe – Partido Social Democrata (MLSTP-PSD) e da coligação PCD-UDD-MDFM (oposição) concentraram-se hoje à tarde em frente à comissão eleitoral do distrito de Água Grande, na capital são-tomense, para contestar uma alegada recontagem dos votos, afirmando recear que os resultados eleitorais fossem alterados.

Responsáveis do MLSPT e da coligação, formada pelo Partido da Convergência Democrática, a União para a Democracia e Desenvolvimento e o Movimento Democrático Força da Mudança, contestaram a intervenção da juíza, afirmando que votos nulos estavam a ser convertidos em votos válidos na Ação Democrática Independente (ADI, partido no poder e que venceu as eleições legislativas com maioria relativa).

“Um representante de um partido esteve a acompanhar os trabalhos desde manhã. Não ficou satisfeito com o trabalho e resolveu criar esta confusão para nos pressionar e criar distúrbio. Tivemos de suspender os trabalhos por causa do tumulto lá fora”, comentou a juíza, em declarações transmitidas pela televisão são-tomense, TVS.

Natacha Vaz declarou que “é magistrada” e não tem “partido, nem cor política”. Os manifestantes afirmavam que a juíza é irmã da ministra da Justiça do Governo da ADI.

“O trabalho está a ser feito perante todos os partidos. É impossível eu conseguir fazer alguma batota ou alterar [os votos] perante tanta gente”, disse.

A magistrada garantiu que não estava a recontar votos, mas a fazer uma “verificação dos votos nulos, votos em branco e reclamações”.

“Dos nulos e em branco, os que foram validados são de todos os partidos, mas o ADI teve mais votos validados”, referiu.

“Os representantes dos partidos acham que estamos a fazer uma interpretação errada da lei e que só deveríamos verificar as reclamações, é mentira”, comentou Natacha Vaz.

Os protestos foram-se tornando mais violentos, com manifestantes a incendiarem o carro da magistrada e a cortarem a circulação na rua, obrigando a Polícia de Estado (conhecida como ‘ninjas’) a intervir, lançando tiros e granadas de fumo e provocando explosões.

Lusa

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