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JSD quer entendimento entre PSD, CDS-PP e Iniciativa Liberal nas Autárquicas

Líder da JSD, Alexandre Poço, pede aos presidentes do PSD, CDS-PP e Iniciativa Liberal que se entendam, nas próximas eleições autárquicas, em 2021, e que garantam um acordo de centro-direita. “Os populistas ganham força”, alerta.

Alexandre Poço escreveu uma carta aberta aos líderes do PSD, Rui Rio, do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, e da Iniciativa Liberal, João Cotrim Figueiredo, onde pede um acordo entre centro e direita.

Na missiva, divulgada pelo jornal i, Alexandre Poço alerta para o crescimento do populismo e para um clima de posições extremadas.

“Este acordo, que proponho e pelo qual lutarei dentro do meu partido, olha para as próximas autárquicas como as primeiras eleições – e por isso, as mais fundamentais – em que vamos a jogo num clima extremado, populista e perigoso”, escreve.

O presidente da JSD sublinha a “mudança acelerada em que o sistema partidário português se encontra”, dizendo que esta transformou o debate político “numa discussão extremada e populista, onde parece prevalecer quem grita mais alto ou quem insulta com mais intensidade os adversários”.

“O bom senso e a moderação não têm tido dias fáceis. Os populistas ganham força, contaminam o debate com soluções simples e miraculosas para problemas complexos”, sustenta.

Alexandre Poço considera que “ainda há tempo” para os três partidos encontrarem “pontos comuns” para este acordo, que terá de ter âmbito nacional, não obstante incidir sobre eleições locais.

“O pior que nos pode acontecer é ter um debate público e escolhas políticas extremadas. Um debate político em que todos os problemas são de resolução binária, onde só existe ‘o contra’ e o ‘a favor’, o ‘sim ou não’ e em que passamos demasiado tempo a discutir as intenções maliciosas dos nossos adversários”, escreve.

Na carta aberta, Alexandre Poço diz que “ser moderado começa a ser a posição mais radical e difícil”.

“Apenas agindo podemos evitar um caminho sem retorno, uma espiral de crescente intensidade, uma estrada que extrema a sociedade de tal forma, em que a razão, os factos e a verdade deixam de ter lugar à mesa”, realça.

Alexandre Poço diz que o “apelo populista” aos cidadãos “pode e deve ser vencido” e que os três partidos não podem permitir “que o extremismo se torne o ‘mainstream’”.

“Nenhuma alternativa viável e positiva para resolver os problemas do nosso país virá dos extremos, da extrema-direita ou da extrema-esquerda”, considera Alexandre Poço, entre críticas ao Governo e aos partidos que o apoiam.

“Não acredito que com esta solução governamental – ora mais às claras, ora mais às escuras – de PS, BE e PCP, seja possível caminhar neste sentido. Com o PS atrelado à extrema-esquerda e aos seus dogmatismos, não vislumbro a possibilidade de ter a esquerda moderada neste caminho”, refere.

Na carta aberta dirigida a Rui Rio, Francisco Rodrigues dos Santos e João Cotrim Figueiredo, o líder da JSD defende que o país precisa de “uma reposta diferente” e de “arrojo no combate aos extremismos e na construção de uma alternativa às esquerdas”.

“Acredito que o centro-direita moderado e civilizado pode e deve agir, enquanto é tempo”, defende o social-democrata.

“Olhar para as próximas eleições autárquicas como ‘business as usual’, preocupados mais com o interesse particular de cada um dos nossos partidos, sem entender o que está a acontecer ao centro-direita será um erro, que poderá trazer consequências graves e duradouras para o sucesso de uma alternativa, mas também para o futuro da nossa democracia e da nossa sociedade”, conclui.

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