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José Tavares “deu pistas” a Sócrates para evitar chumbo do TGV, revela ex-governante

Carlos Correia da Fonseca, que foi secretário de Estado dos Transportes no último governo de José Sócrates, denunciou o envolvimento de José Tavares, o novo presidente do Tribunal de Contas (TdC), no processo relativo ao TGV.

A denúncia consta nos autos da Operação Marquês, uma vez que os procuradores chamaram a depor o ex-secretário de Estado, como relatou hoje a revista Sábado.

O novo presidente do TdC, à data secretário-geral, “deu pistas” a José Sócrates para que o projeto do TGV não fosse chumbado pelo mesmo TdC.

“O secretário-geral do Tribunal de Contas deu pistas sobre como resolver as solicitações do Tribunal”, afirmou Carlos Correia da Fonseca, na qualidade de testemunha, durante o depoimento realizado a 19 de abril de 2017.

O TdC acabaria por não dar o visto ao processo do TGV, surpreendendo o então ministro das Obras Públicas, António Mendonça (também ouvido como testemunha), dado que José Tavares “havia mantido diversas reuniões com o presidente do Tribunal de Contas, Guilherme de Oliveira Martins, o qual lhe ia dando um ‘feed back’ positivo da marcha do procedimento”.

Sem o visto do TdC, o projeto do TGV foi cancelado, o que levou o Estado a ter de pagar uma indemnização ao consórcio construtor, fixada pelo tribunal arbitral em 149 milhões de euros.

A nomeação de José Tavares para presidir ao Tribunal de Contas foi polémica dado que o antecessor, Vítor Caldeira, não foi reconduzido, o que nunca tinha acontecido desde o 25 de Abril.

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