Técnico português concedeu uma entrevista onde fala do que o futebol mudou a sua personalidade com o passar de tempo. José Mourinho diz sentir-se incomodo quando passa muitos dias sem jogos e aponta para daqui a 20 anos o ponto final na carreira.
José Mourinho como todos o conhecem. O treinador do Real Madrid falou esta sexta-feira à Audi Magazine, e abordou várias questões da sua carreira. Na hora de fazer a ficha a si próprio, ‘Mou’ não poupa nos adjetivos: “Sou um grande treinador”, afirma, para depois considerar que não é convencido: “No final de um jogo posso ser herói ou vilão”, sublinha.
Precisamente o jogo é aquilo que mais apaixona José Mourinho: “Falta-me alguma coisa se não jogo durante 15 dias”, confessa.
Depois de títulos nacionais ganhos em quatro campeonatos diferentes e depois da conquista de duas ligas dos campeões, Mourinho diz que está diferente: “Estou mais maduro e menos egoísta. Prefiro agora ajudar a que os outros desfrutem”, diz.
Inevitavelmente, até porque já não é a primeira vez, a questão do final da carreira foi colocada. Para o técnico português, esse dia ainda está muito longe: “Vejo-me a terminar a carreira daqui a 20 anos. Nessa altura espero estar orgulhoso”, sublinha.
José Mourinho comanda atualmente o Real Madrid na Liga Espanhola. Os merengues são líderes com 82 pontos, mais quatro que o Barcelona, segundo classificado, quando faltam seis jornadas para o final do campeonato.
Caso vença La Liga, está atingida a meta de vencer os três principais campeonatos europeus. Recorde-se que Mourinho foi bicampeão em Inglaterra, pelo Chelsea, em 2004/2005 e 2005/2006. Dois anos depois viria a conseguir o mesmo em Itália, ao vencer duas Ligas Italianas, com o Inter, em 2008/2009 e 2009/2010. Nesse mesmo ano sai para Espanha, para o Real Madrid, onde conquista o segundo lugar na sua primeira época no país vizinho, atrás do Barcelona. Esta temporada, o título parece não fugir ao treinador português. A somar aos títulos em Inglaterra e em Itália, de referir os dois campeonatos portugueses ganhos no comando do FC Porto (2002/2003 e 2003/2004).
Ainda a nível de clubes, mas em competições europeias, o objetivo de vencer três ‘Champions’ por clubes diferentes está também ao alcance esta época. A final de Munique está cada vez mais perto e caso o clube da capital lá chegue e vença, José Mourinho torna-se no único treinador da história a conseguir três títulos da Liga dos Campeões por três emblemas diferentes. Recorde-se que já venceu o troféu em 2003/2004, com o FC Porto, na fantástica final de Gelsenkirchen, onde bateu o Mónaco por uns claros 3-0, e em 2009/2010, com o Inter de Milão, curiosamente no Bernabéu, frente ao Bayern de Munique, onde dois golos de Diego Milito deram a terceira ‘Champions’ ao clube de Milão.
Atualmente José Mourinho faz parte do trio de treinadores que já conseguiram duas Ligas dos Campeões em dois clubes diferentes. O austríaco Ernst Happel conseguiu-o em 1969/1970, com o Feyennord, e em 1982/1983, com o Hamburgo. O outro treinador a atingir esta meta foi o alemão Ottmar Hitzfeld, atual selecionador nacional da Suíça, que venceu a mais importante prova europeia de clubes em 1996/1997, com o Borussia Dortmund de Paulo Sousa, e em 2000/2001, com o Bayern de Munique.
