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“Há responsabilidade do assediado. Se cedeu, é uma forma de prostituição”, escreve Saraiva

José António Saraiva responsabiliza as vítimas do assédio na mesma medida em que não resistiram ou beneficiaram com isso. “Cada pessoa tem a hipótese de dizer ‘não’, a menos que seja ameaçada com uma pistola”, escreveu, num artigo publicado no Sol.

O artigo de opinião foi publicado no Sol no dia 23, mas as palavras do comentador só agora começaram a ser debatidas pelas redes.

“Vem este arrazoado a propósito (…) da recente vaga de denúncias públicas de assédio sexual. (…) Não é aceitável ver estrelinhas que andaram de braço dado com celebridades, sorridentes, em passerelles, virem dizer 20 anos depois que eles lhes fizeram propostas indecentes ou lhes puseram a mão no rabo. Não é sério”, escreveu.

José António Saraiva defendeu ainda que “há uma responsabilidade do assediador. Mas também há uma responsabilidade do assediado”.

“É tão criminoso tentar corromper como deixar-se corromper. Cada pessoa tem a hipótese de dizer ‘não’, a menos que seja ameaçada com uma pistola”, comparou.

“Compete, pois, perguntar frontalmente: as assediadas e os assediados o que fizeram nessas alturas? Cederam ou resistiram? E beneficiaram ou não dessas cedências? Se sim, tratou-se de uma certa forma de prostituição”, defendeu ainda.

O colunista do Sol sabia que com este texto seria “arrasado”, mas ainda assim avançou com as críticas a “esta histeria coletiva” em torno do assédio sexual, assim como o clima de “caça às bruxas” entretanto gerado, repetindo ideias já expressas por Catherine Deneuve.

“É óbvio – insisto – que o assédio existe e ninguém honesto o nega. Como existe o oferecimento de favores sexuais de jovens que querem ser estrelas. Mas isso não pode chegar para estragar as relações entre homens e mulheres. Para acabar com a sedução”.

“Isso seria o princípio do fim da humanidade tal como a conhecemos”.

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