Jornalistas angolanos convocaram para sábado, em Luanda, uma marcha de repúdio à violência contra menores no país e em solidariedade para com uma criança de nove anos agredida, recentemente, por uma oficial da polícia nacional.
Segundo uma nota de imprensa, enviada hoje à Lusa, a denominada marcha “Por um Futuro Melhor, Basta de Abuso e Maus Tratos contra a Criança” visa “desencorajar” a violência contra os menores, bem como “atrair apoio à menor espancada” recentemente em Luanda.
Em declarações à Lusa, a jornalista Sandra Africano, membro da organização, deu conta que as autoridades angolanas estão a par da iniciativa e que a marcha deve congregar também instituições e outros atores da sociedade civil.
Em finais de maio, o Governo angolano manifestou-se “bastante preocupado” com o “aumento de casos de abusos sexuais e agressões físicas chocantes” a menores em vários pontos do país, com cerca de 1.000 casos já registados de janeiro a maio de 2019.
Numa nota de imprensa, alusiva à abertura da jornada dedicada à criança, o Ministério da Ação Social, Família e Promoção da Mulher (MASFAMU) angolano referia que “os pais, familiares e pessoas próximas são os principais atores desses crimes bárbaros” contra “menores indefesos”.
Diante a situação preocupante, o MASFAMU garante que “desenvolve, continuamente, ações”, no sentido de garantir a “efetiva proteção da criança”, através de vários programas, nomeadamente de reunificação familiar e de mães e famílias substitutas que acolhem crianças abandonadas, órfãs e rejeitadas.
“Trabalha igualmente para a expansão dos serviços de atendimento à vítima de violência em todo o país, prestando apoio psicossocial”, lia-se no documento.
Segundo o Ministério da Ação Social, Família e Promoção da Mulher de Angola, estão em “fase final de implementação” o Serviço de Denúncia SOS Criança, o Observatório Nacional e “decorrem estudos sobre os fenómenos que afetam o desenvolvimento da criança”.
Um recente caso de violência contra menores tem motivado a indignação da sociedade angolana. Uma oficial da polícia angolana é suspeita de ter torturado, há mais duas semanas, em Luanda, uma criança de nove anos, filha da sua empregada, causando-lhe “graves ferimentos nos pés”, conforme noticiou a Lusa, anteriormente.
A menor encontra-se hospitalizada e está em curso uma investigação sobre o caso, segundo o comando de Luanda da Polícia Nacional.
Em relação a este caso, o MASFAMU já lamentou a situação, referindo que a menor foi vítima de “agressões físicas graves” e defendeu “punição severa e exemplar” à autora deste “ato bárbaro”.
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