Invasão às instalações do Jornal da Madeira faz manchete na edição de hoje deste periódico, ao lado de uma inauguração de Jardim. Aquela publicação acusa o PND de “invasão ilegal” e levanta dúvidas sobre a idoneidade dos órgãos de comunicação que cobriram esta invulgar ação de campanha.
O Jornal da Madeira dá grande destaque à barricada do PDN nas instalações daquele órgão, mas não se limita a noticiar o evento. Num artigo que se confunde – reportagem ou nota de gerência? –, a publicação faz acusações e levanta dúvidas, num artigo de cariz político.
Naquela ‘notícia’, Alberto João Jardim comenta o caso: “É um caso de polícia e, como tal, a polícia que resolva”, escreve o jornal, citando o presidente do Governo Regional.
A invasão por parte de elementos do PND é apelidada de “espetáculo quase circense”, ação “ilegal” e “atitude vergonhosa dos dirigentes”, daquele partido, que demonstram “bem o nivelamento a que aquele partido habituou os madeirenses”.
Segundo o Jornal da Madeira, o Partido Nova Democracia escolheu esta iniciativa ilegal porque não tem “outros argumentos para debater neste período de campanha”, tendo em vista as legislativas regionais de 9 de outubro.
A invasão foi uma ato “premeditado” e resulta de uma “característica provocatória que é a chamada ‘imagem de marca’ do PND”. Mas não foi apenas este partido que merece as críticas do periódico associado ao Governo Regional. A própria imprensa que cobriu o evento está no alvo.
“Estranho, no exterior, foi o habitual empolamento a que algumas televisões já nos habituaram, particularmente neste período de campanha”, refere a reportagem ou nota de gerência publicada hoje, que lamenta ainda que “a própria RTP Madeira” tenha “mobilizado diretos”.
O presidente do Conselho de Gerência “repudia a atitude do PND” e “estranha que as imagens que o PND obteve, de forma ilegal, a espaços que correspondem à privacidade da empresa, estivessem pouco depois disponíveis na edição on-line do Diário de Notícias”.
A cobertura do evento, por parte de quem esteve em posição privilegiada para o fazer, termina lançando suspeição sobre uma “estranha aliança” entre órgãos de comunicação e partidos da oposição a Jardim.