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Jorge Sampaio acha que austeridade “rebenta com país, Democracia e esperança dos portugueses”

jorge sampaioJorge Sampaio argumenta que Portugal está sob austeridade excessiva, que “rebenta com o país”. Em entrevista à SIC Notícias, o ex-Presidente da República considera que a “esperança dos portugueses”, os seus direitos “e até a Democracia” estão em causa. Sampaio admite que o Governo caia, alerta para agitação social e pede “consensos”.

O ex-Presidente da República Jorge Sampaio concedeu uma entrevista à SIC Notícias, onde foi convidado a abordar as políticas do Governo, marcadas pela austeridade. De acordo com Sampaio, esta opção vai conduzir a um cenário de caos. Sampaio defende que “a austeridade rebenta” com Portugal e com a esperança dos portugueses” e até “com a Democracia”.

Jorge Sampaio, que foi entrevistado no programa ‘Portugal 2012’, ontem à noite, disse que ainda que “toda a gente” percebeu esta realidade e que Portugal não aguentará perante esta linha governativa. “Já toda a gente percebeu que a austeridade rebenta com o país, com os portugueses, com os direitos e esperança destes, e com a própria Democracia”, disse Jorge Sampaio.

Assim, o ex-Presidente da República defende uma renegociação do memorando com a troika, que permita ao país investir, sem cortar nos rendimentos, para que Portugal reentre na rota do crescimento e não seja confrontado com os efeitos recessivos da austeridade.

Sampaio colocou em cima da mesa a possibilidade de o Governo de Passos Coelho não cumprir a legislatura. Nesse sentido, os partidos devem estar prontos para apresentar alternativas, com “abertura política” necessária para um consenso necessário.

Também Cavaco Silva, Presidente da República, foi visado nas palavras de Sampaio. O ex-chefe de Estado entende que Cavaco deveria ter tomado uma posição, perante o cenário do país, de agitação social crescente. Cavaco deveria também promover o diálogo em Portugal e também no seio das instituições europeias.

Num dia em que os portugueses regressaram às ruas para mostrar o seu descontentamento, Sampaio considerou que o Governo não deve menosprezar estas manifestações. O ex-chefe de Estado acha que o país está perante “um perigo de explosão social”, que pode tornar-se “incontrolável”.

Apesar de tudo, Sampaio escolhe bem as palavras e espera que os protestos não sejam mais do que “manifestações de cidadania”, onde impere o bom senso, que das pessoas, quer dos agentes políticos. A estes cabe a missão de tomar decisões que invertam esta catadupa de descontentamento. E essas decisões passam por uma renegociação do acordo com a troika.

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