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Jorge Gabriel indignado com abstenção e eleição de Isaltino

Jorge Gabriel mostrou-se indignado com a taxa de abstenção nas eleições autárquicas, do passado final de semana. O apresentador de televisão – que assume votar sempre desde que lhe é permitido por lei – pede medidas aos políticos, desde logo a Marcelo Rebelo de Sousa, para inverter esta situação, lembrando os “quatro milhões de portugueses que se borrifaram para mais um ato eleitoral”. Neste artigo faz ainda uma reflexão sobre a eleição de Isaltino Morais em Oeiras.

“Desde que a idade me permitiu esse direito. Em diversos momentos ouvi recordações de anti-fascistas vítimas de torturas e perseguições da polícia política e me apercebi do quanto lhes custou garantir esta benesse“, começou por dizer neste seu desabafo.

E, logo depois, assumiu pertencer ao “grupo de cidadãos que perdeu as eleições autárquicas”. E explicou as razões, no seu blogue.

“A encabeçar o grupo dos derrotados está o Presidente da República que, no dia de reflexão ou lá o que é isso, dramatizou a participação tentando empurrar à ultima da hora os ‘indiferentes'”.

Jorge Gabriel pede, por isso, ao chefe de Estado que tome medidas contra aquilo que apelida de “agonia”.

De seguida, endureceu o discurso: “Para não prolongar esta agonia, Marcelo Rebelo de Sousa, deveria anunciar um conjunto de medidas que visariam combater este desprezo pelos órgãos de soberania demonstrado, ao invés do protocolar encontro com os partidos que mais não serve do que ouvir, uma vez mais, derrotados e vitoriosos a comentar o desfecho do sufrágio.”

Na tentativa de encontrar explicações para frequentemente a abstenção ter números assim, o conhecido apresentador de televisão adianta algumas razões.

“Desde a falta de memória do combate anti-fascista que permitiu eleições livres – fora de moda – passando pelos péssimos e mediáticos exemplos de processos judiciais envolvendo políticos, até o braço de ferro com jogos de futebol que expõem ao ridículo a leviandade com que se trata a abstenção.”

Eleição de Isaltino em Oeiras “preocupante”

E prossegue: “A inversão desta indiferença só conhecerá resultados positivos quando se for até às escolas promover o associativismo dando aos alunos um papel de relevo nos primeiros sufrágios em que se envolvem. Mas esta é apenas uma das imensas ideias que muitos têm e que o poder político tem a obrigação pública de incentivar a brevíssimo prazo.”

Jorge Gabriel avisa ainda que “a classe política não pode continuar, para nosso bem e garantia futura dos nossos filhos, a encolher ombros enquanto existir este clima de desconfiança”.

Daí que, entenda que ser político tem de ser um serviço “de prestação comunitária, com salários dignos, exercido por profissionais de mérito, e não como solução de recurso porque não se arranja ‘emprego’ noutro lado”.

Por isso, Jorge Gabriel avisa que “se desistirmos de fomentar a causa política corremos o risco sério de continuar a eleger, como um mal menor, cidadãos condenados por corrupção, por abuso de poder”.

“E quando tal sucede no concelho mais qualificado do país, tudo se torna deveras preocupante. Ou então, Oeiras ganhará o titulo de caso de estudo como concelho com maior incidência de reintegração social de condenados a prisão”, finalizou.

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