O socialista João Soares lançou duras críticas ao que chama de “tropas fandangas, pagas regiamente”. Num debate da SIC Notícias, não receou a polémica e apontou o dedo aos “Catrogas que trabalham para os chineses, a 40 mil euros ou mais por mês”. E a “essa tropa fandanga toda, que se orgulhava das selfies que fazia quando negociava com a troika”.
Em debate, na SIC Notícias, a formação do governo e a coligação à esquerda, com João Soares e o centrista Diogo Feyo. A discussão desvia-se para os gastos socialistas, durante os últimos executivos. E João Soares contrariou essa teoria.
“Quem viveu acima das possibilidades foram os banqueiros e os homens da finança da nossa terra, que desbarataram os BPN, os BPP e os BES. Isso tudo somado, com contas feitas por alto, dá pelo menos metade do que nós recebemos na ajuda externa da troika”, começou por dizer.
E Soares não parou.
“Esta tropa fandanga continua a ser paga regiamente. São os Catrogas que trabalham para os chineses, a 40 mil euros ou mais por mês. Essa tropa fandanga toda, que se orgulhava das selfies que fazia quando negociava com a troika. Não pode ser! Não acredito na Nossa Senhora de Fátima, porque não fui tocado pela fé, mas é preciso voltar aos velhos valores”.
João Soares argumentou também que muitas personalidades oriundas do CDS “vieram do antigo regime”. E considerou que “o Syriza deu um abanão na Europa”. Esse abanão que é necessário dar de novo, na sua opinião, a partir de Portugal.
“A Europa precisa, como de pão para a boca, de coligações de esquerda como a que vai governar Portugal com toda a legitimidade democrática. Nós precisamos de dar um abanão àquilo que tem sido o falso diretório franco-alemão e aquilo que tem sido a orientação da Europa”, defendeu.
Sobre a situação política em Portugal, voltou a colocar-se ao lado de António Costa, criticando Cavaco Silva pela indigitação de Passos Coelho como primeiro-ministro.
“Estamos a perder tempo. Lamento a decisão do Presidente da República, que nos faz perder tempo. Este Governo está condenado a cair, logo que seja apresentado à Assembleia da República, daqui a pouco mais de uma semana”, disse também João Soares.
“Para que é que se nomeia um governo que se sabe à partida que vai ser derrubado e que não tem condições para governar?”
A solução à esquerda é viável, para o socialista, que vê com bons olhos “a possibilidade de construir uma maioria parlamentar que assegure ao país uma solução estável e duradoira”.
“Foi isso que o Presidente da República pediu é isso que vai acontecer, quando der – como inevitavelmente vai dar, embora eu estranhe o atraso com que o faz – posse ao secretário-geral do Partido Socialista para encabeçar uma solução de maioria de esquerda em Portugal”, vaticinou.
Relativamente às criticas vindas de personalidades do PSD e CDS, João Soares apelidou-as de preconceituosas.
“Há um imenso preconceito que a direita tem em relação à possibilidade de o Bloco de Esquerda e o PCP serem chamados à governação. E isso tem uma matriz ademocrática.