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João Montenegro considera “um erro” tentativa de destituir Rio a três meses de eleições

João Montenegro, que negociou a lista de unidade para o Conselho Nacional entre Rio e Santana, demarca-se de movimentos de recolha de assinaturas para destituir o presidente do PSD, considerando-o “um erro” a três meses das europeias.

“Estou completamente fora. A três meses das europeias, haver este tipo de movimentações não contribui em nada para unir o partido”, afirmou João Montenegro, em declarações à Lusa.

No Congresso do PSD realizado em fevereiro, a lista de unidade construída entre Rui Rio e Pedro Santana Lopes – que entretanto deixou o PSD e formou a Aliança – conseguiu eleger 34 dos 70 membros eleitos.

João Montenegro, atualmente secretário da mesa do Conselho Nacional, disse ter a convicção de que a grande maioria das pessoas que foram eleitas conselheiras pela ‘quota’ de Santana Lopes “não concorda com a antecipação de eleições no PSD”.

“O presidente do partido foi eleito há um ano com 54 por cento dos votos, tentou reunir condições para que o partido se reunifique. Passámos por um momento difícil em 2018 com a saída de Pedro Santana Lopes, fizemos um trabalho árduo para segurar muitas pessoas”, salientou.

Por isso, considerou que, com o aproximar do calendário eleitoral, “o partido tem de unir esforços no sentido de conseguir o melhor resultado possível”.

O Expresso online noticiou hoje que os críticos de Rui Rio já têm as assinaturas suficientes para obrigar à convocação de um Conselho Nacional extraordinário com vista à destituição do atual líder, informação que a Lusa ainda não conseguiu confirmar.

O Expresso avança ainda, tal como a TSF, que Luís Montenegro avançará nos próximos dias que está disponível para ser candidato à liderança contra Rui Rio.

O Conselho Nacional do PSD reúne-se extraordinariamente, segundo os estatutos, “a requerimento da Comissão Política Nacional, da Direção do Grupo Parlamentar, ou de um quinto dos seus membros”, cerca de 30 elementos, num órgão que tem 70 elementos eleitos e quase o mesmo número por inerência.

A aprovação de uma moção de censura à Comissão Política Nacional – que tem de ser subscrita por um mínimo de um quarto dos conselheiros, segundo o artigo 68 dos estatutos do PSD – exige o voto favorável da maioria absoluta dos membros presentes e “implica a demissão da Comissão Política”.

“A aprovação de uma moção de censura à Comissão Política Nacional determina a convocação do Congresso Nacional no prazo máximo de 120 dias”, referem ainda os estatutos do partido.

Luís Montenegro, que já no Congresso de fevereiro admitiu disputar no futuro a liderança do PSD, afirmou na quarta-feira na TSF que falará “muito em breve” sobre o partido.

“Muito em breve falarei sobre o estado do PSD, falarei mesmo sobre o futuro do PSD porque entendo que este estado de coisas tem de acabar e isto tem de mudar: o PSD assim não se vai conseguir afirmar”, disse, no programa “Almoços Grátis”.

Esta promessa surgiu na sequência de críticas de Montenegro à antiga líder do PSD Manuela Ferreira Leite que, na mesma estação de rádio, considerou preferível o partido ter “pior resultado” eleitoral do que ficar com um “rótulo de direita”, a propósito da convenção Europa e Liberdade que reunirá vários rostos da oposição interna social-democrata, entre os quais Luís Montenegro, que intervirá nesse fórum na sexta-feira.

“Eu creio que há pessoas no PSD, como fica claro com esta declaração, que não se importam que o partido seja cada vez mais pequeno, mais pequenino, pequenino mesmo. E isto não pode deixar de indignar quer os militantes, quer os dirigentes, quer os votantes do PSD”, criticou o antigo líder parlamentar do PSD.

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