Velocidade

João Barbosa: Vencer em Daytona foi especial, mas ganhar em Detroit e Watkins Glen também foi importante

joao_barbosa_1João Barbosa é, provavelmente, o piloto português a correr no estrangeiro de quem menos se fala… em Portugal. Contudo, no país onde vive e compete, os Estados Unidos, o seu nome é cada vez mais conhecido. E as vitórias conseguidas no Campeonato Grand-Am só contribuem para essa fama.

O feito maior do piloto do Porto talvez tenha sido o triunfo nas 24 Horas de Daytona de 2010, por se tratar da prova mais mediática da Grand-Am, mas já este ano Barbosa alcançou novos êxitos ao serviço da Action Express Racing, a formação a que está ligado há mais de dois anos.

joao_barbosa_3As vitórias em Detroit e Watkins Glen este ano não se podem comparar ao triunfo de Daytona, mas são igualmente importantes para João Barbosa, como refere em entrevista ao PT Jornal. “Claro que uma vitória numa corrida de 24 horas é sempre especial, particularmente Daytona. A vitória nas 6H de Watkins Glen também é muito importante pois é uma corrida mítica, com um historial muito grande nas corridas de endurance”, diz.

E prossegue: “Todas as vitórias são importantes, pois são fruto do muito trabalho que a equipa tem desenvolvido ao longo destes últimos anos, e esse trabalho está a dar os seus frutos neste momento”.

Mesmo entre os dois êxitos conseguidos esta época há diferenças, como salienta o piloto do Porto: “São corridas muito diferentes, ambas com um sabor especial. Detroit foi uma corrida muito importante pois estávamos a correr ‘em casa’ da GM (Corvette). Deu-me um gozo especial pois por razões a que fomos alheios, encontramo-nos na última posição entre os Daytona Protótipos com pouco tempo para terminar a corrida. Consegui fazer uma excelente recuperação e alcançar o primeiro lugar, o que num circuito citadino é sempre muito difícil de ultrapassar, provamos que éramos a equipa mais forte”.

joao_barbosa_2Já “a corrida de Watkins Glen, foi uma vitória importante pois além da mítica corrida que é, colocou-nos na primeira posição do North American Endurance Championship, e provamos mais uma vez que somos uma das melhores equipas do campeonato. Uma coisa foi igual nas duas corridas… temos que dar sempre o nosso máximo do princípio ao fim, são autênticas corridas sprint”. 

Este espírito de combatividade de João Barbosa têm-lhe granjeado grande respeito por parte dos adversários e admiração dos fãs e dos media americanos. A troca de companheiro de equipa a bordo do carro número 9 ajudou a maximizar essa agressividade, tão importante para conseguir bons resultados.

“Todos os pilotos da equipa Action Express Racing são excelentes pilotos e muito rápidos. Penso que eu e o Darren Law temos trabalhado na mesma direção e isso torna-nos uma equipa mais forte, se bem que ainda temos muito trabalho por fazer”, explica.

Infelizmente, a troca de parceiro também trouxe consigo uma consequência; se o carro n 9 tiver mais êxitos do que os adversários apenas Darren Law se pode consagrar campeão Grand-Am. Algo que não altera a postura de João Barbosa.

“O meu objectivo é e sempre foi, conseguir os melhores resultados possíveis para a equipa. Se a equipa conseguir vitórias e o Darren for campeão no final do ano, ficaria muito satisfeito, pois significaria que a equipa fez um bom trabalho ao longo do ano. A postura é sempre a mesma, tentar angariar o maior número possível de pontos em cada corrida”, reitera o piloto portuense.

Nas épocas passadas João Barbosa conduziu um Riley Porsche, algo diferente do DP Corvette que passou a guiar este ano, como explica: “São características diferentes. A dificuldade quando se tenta explorar o carro até ao limite é sempre a mesma”.

“De sublinhar que nos últimos dois anos, ou mais, nós nunca dispusemos de um carro da última geração, ainda tínhamos a primeira versão dos Daytona Protótipos, quando todas as outras equipas já tinham a versão 2… E penso que isso nos prejudicou mais do que nós estaríamos à espera. Agora que temos versão mais recente, assim como todas as outras equipas, estamos a conseguir obter bons resultados”, acrescenta.

joao_barbosa_4A variedade de circuitos visitados pelo campeonato é também um aspecto cativador da competição, como salienta o piloto português: “O campeonato Grand-Am corre em excelentes pistas, é um campeonato muito competitivo. Tenho algumas pistas preferidas como entre outros, Daytona, Road America, Watkins Glen e Laguna”.

Sendo um piloto bem sucedido nas provas de resistência, a dada altura João Barbosa optou pelas provas norte-americanas e em especial pela Grand-Am, e explica porquê.

“Foi um campeonato que eu vi crescer, e me acolheu muito bem, desde o início e que achei que poderia ser uma excelente hipótese de futuro. A Grand-Am tem uma visão das corridas e do futuro com que eu me identifico bastante. Estou extremamente contente de conseguir continuar a minha carreira nos Estados Unidos e neste campeonato. As corridas na América são sem sombra de dúvida, muito diferentes das corridas na Europa, mais abertas, muito mais viradas para o espetáculo e para o público”, refere.

Os objetivos de João Barbosa passam por “continuar a ganhar corridas e tentar ganhar o campeonato Gand Am, a curto médio prazo. Espero ter ainda uma longa carreira aqui nos Estados Unidos”.

Fotogaleria:
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