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Jerónimo propõe escolha entre CDU e Governo PS em “colete-de-forças” europeu

O secretário-geral comunista desafiou hoje os portugueses a “avançar” com a CDU em vez de “andar para trás”, com o atual Governo minoritário socialista “amarrado” no “colete-de-forças” da União Europeia, nas diversas eleições de 2019.

Discursando num comício de comemoração do 98.º aniversário do PCP, Jerónimo de Sousa apelou ao voto na coligação que junta comunistas e “Os Verdes” nos sufrágios europeu, da Madeira e legislativo, no salão d’A Voz do Operário, com cerca de um milhar de militantes e muitas bandeiras vermelhas, em Lisboa.

“Sim, os portugueses estão perante decisivas escolhas neste ano de 2019, entre escolher andar para trás – voltar ao caminho que PS, PSD e CDS impuseram nas últimas quatro décadas – ou avançar, rompendo as cadeias que nos prendem ao passado e à submissão que conduziram o país ao atraso, afirmando uma verdadeira política alternativa”, disse.

O líder comunista avisou que as várias “batalhas eleitorais” têm “contexto nacional e internacional onde estão presentes e se conjugam elementos que evidenciam que as forças reacionárias, políticas e económicas, tudo estão a fazer, sem olhar a meios, não só para salvar e eternizar a política de direita, mas para retomar integralmente, e de forma acelerada, o seu projeto de agravada exploração e empobrecimento dos trabalhadores e do povo e de subversão da Constituição”.

“O PS e o seu governo minoritário têm criado uma ilusória perspetiva de solução dos nossos problemas nacionais, mantendo a submissão ao colete-de-forças dos constrangimentos e imposições da União Europeia, afirmando a sua compatibilidade com um projeto de desenvolvimento do País que a vida está a desmentir e vai continuar a desmentir”, acusou.

Jerónimo de Sousa reconheceu, contudo, “a justeza e validade da análise e da orientação estabelecida pelo partido na nova fase da vida política nacional decorrente das eleições de outubro de 2015”, e os avanços de rendimentos e direitos conquistados desde “há três anos e meio”, pois “o que se conseguiu, mesmo limitado, está para lá do que muitos pensavam ser possível, num quadro e num contexto em que à frente do Governo do país não está um governo de esquerda”.

“A verdade é que o PS e o seu governo minoritário, por opção de classe não resolveu, nem se mostra capaz de resolver os graves défices estruturais do país”, lamentou, acrescentando que “o PS e o seu governo minoritário, amarrado, tal como PSD e CDS, às imposições e constrangimentos da União Europeia e do euro, e mantendo a opção de favorecimento dos interesses dos monopólios, não promoveu a política necessária para inverter o processo de afundamento do país”.

O secretário-geral do PCP voltou a criticar a nova anunciada injeção de capital no Novo Banco, dada como exemplo da rendição daqueles partidos ditos do ‘arco da governação’ perante o grande capital e as estruturas monopolistas.

“Vejam como falam com desprezo das medidas tomadas a favor das condições de vida do povo. Até o aumento das reformas e pensões lhe causam urticária, particularmente ao ‘sr. candidato Rangel’ [cabeça de lista europeu do PSD]. Aí os temos de volta com a velha lengalenga da reforma do Estado. O tal Estado das gorduras a desbastar e que os portugueses hoje sentem como ninguém quando precisam de ir a um hospital ou a um serviço público”, continuou.

“Aí temos Rui Rio [presidente do PSD], com a sua reforma da Segurança Social, a velha contra-reforma de Passos [Coelho] e [Paulo] Portas, de corte a eito nas pensões de reforma e nas prestações sociais. Aí os temos a glosar o tema da reforma da justiça que querem governamentalizada. Aí os temos a acenar ao consenso de regime com o PS para alterar as leis eleitorais, subverter a representação eleitoral, para formar maiorias artificiais e formar governos que rodam entre PS e PSD com CDS à ilharga”, criticou.

“Portugal não pode voltar para trás. Precisa avançar! Avançar com o PCP e com o reforço da CDU!”, apelou, numa intervenção que se estendeu por 41 minutos, depois do discurso do cabeça-de-lista europeu da CDU, João Ferreira.

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