Economia

Jerónimo Martins tem perspetivas “muito moderadas” para Portugal este ano

O presidente da Jerónimo Martins, Pedro Soares dos Santos, afirmou hoje que a dona do Pingo Doce tem perspetivas “muito moderadas” para a economia portuguesa este ano, sem grandes alterações face a 2018.

Pedro Soares dos Santos falava na conferência de imprensa de apresentação de resultados do grupo no ano passado, em Lisboa.

“As perspetivas para Portugal são muito moderadas, mas já foram no ano passado, acho que elas não se alteraram muito”, salientou o executivo.

“Vejam o ritmo de crescimento da Polónia e o de Portugal”, apontou.

“A única coisa é que não estou à espera de grandes alterações no padrão de consumo dos últimos quatros anos, é um padrão muito baixo”, afirmou, referindo-se às perspetivas para o mercado português este ano.

Pedro Soares dos Santos reiterou que a Europa atravessa um período de incertezas, nomeadamente com as eleições europeias em maio e a interrogação do que se passa com o Brexit.

“Acho que vão ser umas eleições muito renhidas na Europa, onde se vai discutir muita coisa, menos o que é importante. Acho que isto tudo traz um certo receio aos consumidores” e estes, “com a instabilidade que existe nestas discussões”, podem-se acautelar e deixar de consumir, alertou.

“Que parlamento vamos ter” se houver uma maioria contra a União Europeia, questionou.

“Há aqui incertezas políticas que quando existem” transferem-se para a economia, considerou, sublinhando ainda que os dois mercados europeus onde a Jerónimo Martins está presente – Portugal e Polónia – também têm eleições no decorrer deste ano.

Sobre o impacto da crise da Venezuela na Colômbia, mercado onde o grupo está através da cadeia de supermercados Ara, Pedro Soares dos Santos lembrou que a empresa tem uma loja junto à fronteira a pedido do Governo colombiano.

“Faz pena quando se lá vai, até cabelos vendem para ter dinheiro para comprar comida e voltar para casa”, disse o presidente da Jerónimo Martins.

“Custa-me imenso o país talvez mais rico da América Latina estar a passar o que passa”, disse, considerando que a Colômbia sofre algum impacto, com “alguma instabilidade”, mas “o preocupante é saber o que vai acontecer à Venezuela”.

Durante a conferência, Pedro Soares dos Santos adiantou que em 2018 o grupo pagou mais de 110 milhões de euros em lucros, sublinhando que a Jerónimo Martins divide os seus lucros e é uma empresa com consciência social e ambiental.

“Nós vamos continuar a fazer os aumentos e a melhorar a nossa política salarial sempre que as coisas permitirem, tal como o fizemos em 2017, em 2018, e vamos continuar em 2019 essa política”, afirmou Pedro Soares dos Santos.

Uma parte já foi feita este ano, acrescentou, apontando que é um “investimento muito forte” e “crucial” para o grupo.

O lucro da Jerónimo Martins subiu 4,1 por cento no ano passado, face a 2017, para 401 milhões de euros, e as vendas aumentaram 6,5 por cento, para 17.337 milhões de euros, com um aumento das vendas LFL [‘like-for-like’, ou seja, vendas em lojas que operaram sob as mesmas condições no período em análise] de 3,1 por cento.

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