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Jerónimo diz que “não há cosmética que possa encobrir a situação da economia”

jeronimo_sousa1Qualquer “remendo” ao Tratado Orçamental é uma “falsa saída”, sustenta Jerónimo de Sousa, no arranque das jornadas parlamentares do Partido Comunista Português. O secretário-geral do PCP diz ainda que “não há operação de cosmética que possa encobrir a gravidade da situação da economia” portuguesa.

Segundo o secretário-geral comunista, qualquer acordo que se junte ao tratado não é mais do que uma “falsa saída”, ou “um remendo” a um documento que mantém os trabalhadores amarrados “num colete de forças”.

Em Leiria, no dia em que arrancaram as jornadas parlamentares do PCP, Jerónimo de Sousa lançou acusações às mudanças de estratégia que possam resultar após a cimeira do G8, e acusou os sociais-democratas e socialistas, que rubricaram o memorando, de promover “remendos” ao Tratado Orçamental, sem que daí resultem quaisquer benefícios.

“Não há operação de cosmética que possa encobrir a gravidade da situação da economia portuguesa”, disse Jerónimo, considerando que Portugal está e permanecerá agarrado a compromissos de austeridade, que limitarão o crescimento.

Quaisquer protocolos adicionais ao tratado “intensificariam a exploração”, além de provocar o “desmantelamento da Segurança Social”, sustenta o secretário-geral do PCP, que teme pelo desenvolvimento e vê Portugal cada vez mais à mercê da União Europeia, com a sua soberania beliscada.

Jerónimo de Sousa considera que alterações ao tratado serão “falsas saídas” e “reformas que estão condenadas ao fracasso”. Por outro lado, assiste a uma “degradação da economia” e a uma destruição de políticas sociais, de “intensificação da exploração e transferência da riqueza criada pelo trabalho para o grande capital”.

O secretário-geral do PCP assiste a estes aparentes recuos na austeridade como resultado da “luta crescente e descontentamento popular”, mas Jerónimo não está otimista, porque considera que Portugal está perante uma tentativa de promoção do crescimentos económico, “agarrado a um colete de forças” sobre a política orçamental e numa “evidente centralização da riqueza” em grupos financeiros.

Numa alusão ao Documento de Estratégia Orçamental, Jerónimo de Sousa acusa o Governo de estar a promover um “novo PEC”, que de acordo com o líder do PCP visa aumentar o peso fiscal sobre os trabalhadores.

Jerónimo recorreu aos números do desemprego para sublinhar a sua tese de que o país caminha para o fracasso económico. “As ondas de otimismo desfazem-se em cada boletim do Instituto Nacional de Estatística sobre o desemprego em Portugal”, disparou Jerónimo de Sousa.

As jornadas parlamentares do PCP arrancaram hoje, em Leiria, com os setores produtivos no centro da agenda comunista, como modo de alertar para os benefícios da aposta na agricultura, pescas e indústria, bem como num alerta para os prejuízos nacionais se Portugal descurar estas áreas.

Nestas jornadas, os membros do grupo parlamentar comunista vão tomar o pulso a estes setores, no sentido de perceber os seus problemas e de afastar os fantasmas que pairam sobre as empresas e produtores.

Bernardino Soares, líder parlamentar comunista, sustenta que Leiria apresenta uma “forte incidência” nestes ramos de atividade, sendo que os deputados do PCP pretendem “chamar a atenção para os problemas das pescas, a agricultura e a indústria”.

“É importante aumentar a produção e apoiar o investimento no ramo produtivo, para que se ultrapasse a crise económica que Portugal atravessa”, sustenta Bernardino Soares.

Participam na ação os deputados comunistas que compõem a bancada parlamentar. Depois de sentir o pulso a Leiria, os deputados do PCP vão avançar com conclusões, tendo em vista “um combate ao declínio económico”, prejudicial para a economia local e nacional. Jerónimo de Sousa começou a apontar as primeiras conclusões.

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