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Jerónimo defende passagem para esfera pública porque “quem se vai safar” é Lone Star

O secretário-geral comunista voltou hoje a defender a passagem do Novo Banco para o controlo público pelo Estado e renovou as críticas ao processo de resolução do BES e posterior venda ao fundo multinacional Lone Star.

No debate parlamentar quinzenal, o primeiro-ministro, António Costa, contrariou Jerónimo de Sousa, reiterando que a atual solução é “equilibrada” em termos dos riscos para Portugal.

“Não é tempo de parar com este processo e integrar o banco na esfera pública? Se o Estado paga o banco, o Estado deve gerir o banco ao serviço do país”, afirmou o líder do PCP, acrescentando que as consequentes necessidades de recapitalização do Novo Banco são resultado das “imposições da Comissão Europeia que PS, PSD e CDS aceitaram”, numa “gestão feita à medida dos interesses da Lone Star”.

Segundo Jerónimo de Sousa, “o Novo Banco apresentou um novo prejuízo de 1.400 milhões de euros e anunciou que vai recorrer mais uma vez ao Fundo de Resolução para pedir mais de 1.100 milhões de euros, em cima dos 4.000 milhões de euros gastos pelo Estado português na resolução do BES e dos 2.000 milhões de euros pedidos pelo Novo Banco, já depois da venda à Lone Star”.

“Qualquer caminho era um caminho de risco. A questão que se colocava em 2017 era como minorar os riscos para o Estado e para os contribuintes”, disse António Costa.

O primeiro-ministro argumentou que a eventual liquidação do banco “punha em causa depositantes, postos de trabalho, a relação com as pequenas e médias empresas”, bem como um “dano reputacional” do sistema financeiro.

“A nacionalização significaria que o Estado assumiria todo o risco das necessidades de capital”, continuou, calculando um total de cerca de “9.900 milhões de euros de fundos perdidos”, um “risco excessivo”.

António Costa voltou a assegurar que “não há nenhuma moratória para os bancos” no empréstimo de capital através do Fundo de Resolução e que “o risco é menor do que qualquer outra solução alternativa”, tratando-se de uma medida “equilibrada”, a que “melhor protegia trabalhadores, clientes e depositantes do banco, além do sistema financeiro”.

“Eu não sou propriamente um artista em economia, mas, no meio disto tudo, quem se vai safar é a transnacional, a Lone Star, que tem sempre o futuro garantido”, ironizou Jerónimo de Sousa.

O secretário-geral comunista pediu ainda ao Governo para “avançar mais” na “oferta ferroviária, fluvial e rodoviária” de transportes públicos, elogiando a redução das tarifas que vão agora entrar em vigor, nomeadamente através dos passes intermodais.

Lusa

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