Jerónimo de Sousa traça um quadro negro para os casais jovens: “um inferno, com desemprego, despedimentos fáceis e baratos para os patrões e spreads a aumentar…”. Tudo por culpa da troika, segundo o líder, que assim ataca três partidos de uma assentada: PS, PSD e CDS.
“És jovem, tens um emprego precário e um empréstimo bancário? Prepara-te para o inferno”. Não foi num registo tão dramático que Jerónimo de Sousa se dirigiu a esta população, mas a ideia transmite na perfeição a mensagem do líder do PCP.
Com o seu ar severo e discurso duro, Jerónimo de Sousa disparou para três frentes, com críticas aos partidos que negociaram com a troika o pacote de resgate a Portugal. E aqui só PCP e Bloco de Esquerda escapam às palavras do líder comunista.
“O acordo com a troika representa um inferno para os jovens casais, que enfrentam desemprego, trabalho precário, com os patrões a poderem despedir mais facilmente e com custos mais reduzidos. Além disso, o aumento dos spreads, o fim de isenção do IMI e as alterações as deduções de IRS criarão dificuldades acrescidas”, avisou.
Jerónimo de Sousa participava, em Lisboa, em mais uma ação de campanha. Criticou os trio da troika indiretamente e… diretamente: “Repetem a ideia de que a CDU não vai lá, não ganha… Mas com eles, com o PS do costume, o PSD e CDS, é que o país não vai lá”.
Em sentido contrário caminha a CDU: “Sim, vamos lá, se elegermos mais deputados, para pesar mais na Assembleia da República”, disse Jerónimo, que não valoriza as sondagens e pede votos de confiança.
Não há mais novidades no discurso. Os senhores do capital voltam a ser visados: “Quais os sacrifícios pedidos aos Belmiros, aos banqueiros? Faz mais falta 20 euros a um reformado que ganha 200 por mês, do que taxar a banca e as operações bolsistas. Tirar um milhão a quem tem 500 milhões não faz falta nenhuma a quem os tem”.
