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Jerónimo de Sousa: “Cavaco Silva não consegue justificar o injustificável”

jeronimo_sousa1Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, voltou a comentar palavras de Cavaco Silva, para dizer que o Presidente da República “não conseguirá justificar o injustificável”. No Funchal, Jerónimo reagiu a uma tentativa de Cavaco explicar as suas polémicas declarações sobre os rendimentos que aufere.

Cavaco Silva dissera que os rendimentos não chegavam para cobrir as despesas e, mais tarde, tentou justificar essas palavras, ao dizer que não foi seu propósito comparar os seus sacrifícios àqueles que os portugueses estão a fazer. Jerónimo de Sousa considera que o Presidente da República “tentou justificar o injustificável”.

À margem de um encontro com militantes no Funchal, o secretário-geral do PCP sustentou que “será impossível” ao chefe de Estado pôr termo à “indignação provocada”, mesmo que recue nas suas palavras, ou que tente explicá-las.

O líder do PCP já fizera um comentário às palavras de Cavaco Silva sobre a sua reforma. O secretário-geral comunista, que participava num comício em Famalicão. “O Presidente da República beneficia de um rendimento de 10 mil euros… E isto é quase ofensivo, sobretudo para os portugueses que têm de se governar com 200 ou 300 euros mensais…”, lembrou Jerónimo de Sousa.

Segundo o secretário-geral dos comunistas, “houve precipitação e muita insensibilidade” de Cavaco Silva, que “insultou os portugueses que auferem de menores rendimentos”. O Presidente da República, recorde-se, apresentou na sua declaração de IRS rendimentos anuais brutos superiores a 141 mil euros, em 2010, e revelou posteriormente que não tem dinheiro para cobrir as despesas. Só graças à poupança de 48 anos consegue manter o equilíbrio financeiro.

“Durante 48 anos de casado, eu e a minha mulher fomos sempre muito poupados. E fazíamos questão de todos os meses colocar alguma coisa de lado. Portanto, agora posso usar uma parte das minhas poupanças”, afirmou Cavaco.

Mas estes não serão os únicos rendimentos de Cavaco Silva, que acumulará a reforma do fundo de pensões do Banco de Portugal. “Tudo somado, quase de certeza que não dá para pagar as minhas despesas”, afirmou o Presidente da República. Segundo a declaração de rendimentos entregue no Tribunal Constitucional, Cavaco Silva auferiu quase um milhão de euros, em 2010.

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