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Jerónimo condena rapidez do Governo a mobilizar polícia contra estivadores

O secretário-geral comunista criticou hoje a forma rápida como o Governo empregou a polícia no conflito laboral dos estivadores do porto de Setúbal, na quinta-feira, face à inércia do executivo socialista quanto ao processo negocial entre as partes.

“O registo mais preocupante que queria fazer é o da celeridade com que o Governo mobilizou as polícias, precisamente a demonstração e confronto com a inércia do Governo em responder a uma luta profundamente justa”, disse Jerónimo de Sousa à margem de uma visita à Câmara Municipal do Seixal e contacto com trabalhadores para assinalar a reposição do pagamento na íntegra do 13.º mês (subsídio de Natal), em vez dos duodécimos ao longo do ano.

Um número indeterminado de trabalhadores contratados pela Operestiva substituiu na quinta-feira os estivadores eventuais que são habitualmente chamados por aquela empresa para o trabalho portuário, contratados ao turno, sem quaisquer direitos ou regalias, mas que agora reivindicam um contrato coletivo de trabalho.

“Tanto discurso que se fez em torno da precariedade e naquela situação gritante em que trabalhadores vão ali para trabalho efetivo e continuam a não ter direito a um contrato coletivo de trabalho, há aqui dois pesos e duas medidas – rapidez na intervenção no conflito e inércia perante os interesses da [empresa] multinacional”, comparou Jerónimo de Sousa.

O grupo de trabalhadores de origem desconhecida terá sido contratado para substituir os eventuais do Porto de Setúbal e entrou nas instalações portuárias escoltado por cinco viaturas policiais, depois de uma intervenção policial, que decorreu sem incidentes, para desmobilizar a tentativa de bloqueio por parte dos estivadores eventuais do Porto de Setúbal.

“Então não era o Governo que dizia, durante o debate sobre a legislação laboral, que queria valorizar a contratação coletiva? Aqui está um exemplo concreto que deveria levar o Governo a reconsiderar e intervir para que esse direito de negociação exista”, concluiu o líder comunista.

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