Jenson Button regressou às vitórias na Fórmula 1 ao dominar e vencer o Grande Prémio da Bélgica, disputado este fim de semana no mítico Circuito de Spa-Francorchamps. Uma prova marcada pelo grande acidente inicial, que afastou da corrida dois pretendentes ao título; Fernando Alonso e Lewis Hamilton.
O incidente ocorrido logo após a partida – que os comissários desportivos da FIA deixaram para analisar após a corrida – foi originado por uma manobra de Romain Grosjean, que ao deixar pouco espaço a Hamilton, apertado contra o muro das boxes, motivou o contacto entre o Lotus do francês e o McLaren do inglês.
Hamilton perdeu de imediato o controlo do seu monolugar, embatendo no Sauber de Sergio Perez, enquanto o carro de Grosjean ‘voo’ para cima do Ferrari de Fernando Alonso, originando também o abandono do espanhol, líder do campeonato do Mundo.
Alheio a tudo isto, Button foi para a frente da corrida e depressa se afastou dos seus mais diretos perseguidores, fazendo uma prova sem mácula e conquistando o seu segundo triunfo da época, compensando-o dos muitos azares que tem tido
Nico Hulkenberg e Kimi Raikkonen beneficiaram da confusão após a partida para liderarem a perseguição ao comandante da prova. O finlandês da Lotus demorou algum tempo até se desenvencilhar do alemão da Force India na primeira paragem nas boxes, mas quando se esperava que pudesse aproximar-se do comandante da prova, acabou por se ver atrás de um surpreendente Sebastian Vettel.
Apesar de arrancar apenas do 10.º lugar da grelha de partida, o campeão do Mundo soube tirar partido do acidente ocorrido após a largada e depois de um ritmo fortíssimo e de uma estratégia irrepreensível por parte da equipa Red Bull. Não sem alguns sustos, nomeadamente quanto tentava ultrapassar Michael Schumacher na chicane da paragem do autocarro e o piloto da Mercedes atravessou-se à sua frente para entrar nas boxes.
Com esta segunda posição Vettel relançou a sua campanha no campeonato, onde voltou a ocupar o segundo posto, aproveitando o abandono de Alonso para encurtar a diferença para 16 pontos relativamente ao espanhol.
Se para Raikkonen a terceira posição soube a pouco, dado o ritmo do finlandês na primeira parte da corrida, o quarto posto de Hulkenberg é um resultado que premeia a prova inteligente do alemão e uma boa estratégia.
Já a quinta posição de Felipe Massa traduziu uma exibição consistente do brasileiro, que apesar de não compensar a Ferrari da perda precoce de Alonso pelo menos permitiu recolher mais pontos para a equipa de Maranello.
Para Mark Webber a penalização sofrida pela troca da caixa de velocidades nos treinos não lhe permitia ter muitas esperanças de chegar ao pódio. Ainda assim a sexta posição foi pouco, para o que se esperava do australiano, mais uma vez suplantado no seio da Red Bull pelo andamento do seu companheiro de equipa.
A Mercedes foi uma das equipas que errou completamente na estratégia, pois pensava ser possível fazer a prova com uma só paragem. E Michael Schumacher, que teve um começo de corrida fortíssimo, acabou por ser penalizado por esse facto, já que depois de ter chegado a rodar na segunda posição acabou por perder muito terreno com pneus bastante degradados, parando tardiamente nas boxes. O que resultou no sétimo posto final.
Já a Toro Rosso não arriscou, e depois de um bom começo de prova, Jean-Eric Vergne e Daniel Ricciardo acabaram por tirar dividendos de uma prova consistente e de uma estratégia acertada, que ‘pagou’ com a oitava e nona posições.
E foi mais uma vez a estratégia que deu a Paul di Resta o ponto da 10.ª posição, pois embora o escocês se debatesse com problemas na caixa de velocidades do seu Force India, aproveitou bem a opção errada da Williams de tentar que Bruno Senna fizesse a prova com uma só paragem.
O brasileiro foi o único piloto da equipa de Grove a terminar a corrida, depois do abandono de Pastor Maldonado com danos no seu monolugar ao bater na traseira do Marussia de Timo Glock no reatamento da prova após algumas voltas atrás do Safety Car. De qualquer forma o venezuelano tinha a sua prova comprometida, pois fez falsa partida, tentando aproveitar o facto de arrancar da segunda fila da grelha.
Uma última palavra para a deceção na Sauber, que tinha Kamui Kobayashi na segunda posição da grelha de partida e se viu prejudicado pelo incidente inicial atrasando-se bastante, depois do seu companheiro de equipa ter ficado no acidente da primeira curva.
Classificação
1.º Jenson Button (McLaren-Mercedes) 1h29:m08,530s
2.º Sebastian Vettel (Red Bull-Renault) + 13,624s
3.º Kimi Raikkonen (Lotus-Renault) + 25,334s
4.º Nico Hulkenberg (Force India-Mercedes) + 27,843s
5.º Felipe Massa (Ferrari) + 29,845s
6.º Mark Webber (Red Bull-Renault) + 31,244s
7.º Michael Schumacher (Mercedes) + 53,374s
8.º Jean-Eric Vergne Toro Rosso-Ferrari + 58,865
9.º Ricciardo Toro (Rosso-Ferrari) + 1m02,982s
10.º Paul Di Resta (Force India-Mercedes) + 1m03,783s
11.º Nico Rosberg (Mercedes) + 1m05,111s
12.º Bruno Senna (Williams-Renault) + 1m11,529s
13.º Kimi Kobayashi (Sauber-Ferrari) + 1m56,119s
14.º Vitaly Petrov (Caterham-Renault) + 1 volta
15.º Timo Glock (Marussia-Cosworth) + 1 volta
16.º Charles Pic (Marussia-Cosworth) + 1 volta
17.º Narain Kovalainen (Caterham-Renault) + 1 volta
18.º Pedro De la Rosa (HRT-Cosworth) + 1 volta
Campeonato do Mundo
Condutores
1.º Alonso 164 pontos
2.º Vettel 140
3.º Webber 132
4.º Raikkonen 131
5.º Hamilton 117
6.º Button 101
7.º Rosberg 77
8.º Grosjean 76
9.º Perez 47
10.º Schumacher 35
11.º Massa 35
12.º Kobayashi 33
13.º Hulkenberg 31
14.º Maldonado 29
15.º Di Resta 28
16.º Senna 24
17.º Vergne 8
18.º Ricciardo 4
Construtores
1.º Red Bull 272 pontos
2.º McLaren 218
3.º Lotus 207
4.º Ferrari 199
5.º Mercedes 112
6.º Sauber 80
7.º Force India 59
8.º Williams 53
9.º Toro Rosso 12
