Cultura

Jeff Mills e Orquestra Sinfónica apresentam The Planets em estreia mundial

Em concerto de estreia mundial, a Orquestra Sinfónica Casa da Música encontra-se, de novo, com um dos maiores fenómenos de popularidade da techno, Jeff Mills. O concerto está marcado para 10 de julho.

The Planets é o seu novo trabalho, resultante da sua paixão pela astronomia. O nome The Planets remete-nos para os planetas do britânico Holst, mas este é apenas um ponto de partida concetual, a partir do qual Jeff Mills cria o seu próprio universo sonoro.

“A mistura de música clássica e electrónica também tem sido uma fórmula para estranhas consequências. Embora esta produção se intitule ‘The Planets’, ela é realmente sobre nós. É sobre como todos compartilhamos a mesma visão, as mesmas perguntas e a mesma convicção em algo maior e superior a nós.”

A estreia de The Planets é precedida de uma conferência que junta na Sala Suggia Jeff Mills e Daniel Folha, director do Planetário do Porto – Ciência Viva e astrónomo do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço.

O cruzamento da música com a astronomia é também celebrado após o concerto, no exterior da Casa da Música, através da observação telescópica de estrelas e planetas, a cargo do Planetário do Porto – Centro Ciência Viva – e Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço. Nessa noite, podemos observar Saturno e os seus anéis, Júpiter e Vénus.

Jeff Mills é uma superestrela da música techno à escala planetária. Iniciou-se na década de 1980 com o nome ‘The Wizard’, fundando, em 1989, com ‘Mad’ Mike Banks (ex­baixista dos Parliament), o coletivo techno de Detroit Underground Resistance que ganhou grande protagonismo pelas inovações musicais e pelo objetivo de despertar consciências políticas.

Mills viveu, entretanto, em Nova Iorque, Berlim e Chicago, onde fundou a editora Axis, em 1992, em busca de um som mais minimalista do que o techno da época.

Gravou dezenas de álbuns com composições suas, produzindo singles influentes como Sonic Destroyer, The Bells e o ciclo Purpose Maker.

É um artista complexo, com uma ambição que ultrapassa a música techno e o trabalho como DJ. Figura de culto, há muito que alargou a sua carreira a novos domínios.

Em 2000, compôs uma nova partitura para Metropolis, de Fritz Lang, e, um ano depois, assinou Mono, uma escultura-instalação dedicada ao filme de Kubrick e exposta no Festival Sónar em Barcelona.

Mais recentemente, Mills fundiu a sua paixão por música e imagem e reenquadrou o seu trabalho como DJ. Em 2004, editou The Exhibitionist, o primeiro DVD da Axis. Em 2005, compõe uma nova banda sonora para Three Ages, a obra-prima muda de Buster Keaton. Segue-se uma espantosa digressão mundial, confirmando o seu talento como DJ e VJ.

Após a experiência da sinfonia Hier, Aujourd’hui, Demain, com a Orquestra de Montpellier, em 2010, a experiência foi renovada, em 2011. Uma orquestra completa esteve ao dispor do músico, e 16 temas escritos por si foram arranjados para 70 instrumentistas, com Mills em palco com as suas máquinas.

Foi este projeto que deu origem a Light from the Outside World, apresentado, em 2013, com a Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música.

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