Alberto João Jardim, presidente do Governo Regional da Madeira, reagiu às palavras de Angela Merkel sobre aplicações de fundos estruturais no arquipélago. Para Jardim, as palavras “ignorantes” de Merkel “explicam as opções erradas” que os líderes europeus têm tomado, assentes em “gritante insensibilidade social”.

Alberto João Jardim publicou um comunicado no site oficial do Governo Regional da Madeira, onde reage às palavras de Angela Merkel, chanceler alemã que citou a Madeira como exemplo da “má aplicação de fundos estruturais europeus”.

Merkel, que discursava numa palestra, na Bela Foundation, em Berlim, considerou inócua a utilização dos fundos estruturais europeus, na Madeira. Segundo a chanceler alemã, a “construção de muitos túneis e autoestradas” com ajuda europeia “não gera competitividade”.

Para Jardim, a chefe do Governo alemão teceu “declarações ignorantes sobre a Madeira”, que justificam, segundo o líder da região, a crise europeia. As palavras da chanceler “explicam as opções erradas” de líderes europeus, que conduziram a União Europeia à crise que enfrenta.

Por outro lado, acrescenta o chefe do Governo Regional, Merkel revela “gritante insensibilidade social”. Alberto João Jardim associa as palavras da chanceler à crise europeia e reage de forma dura.

Também o social-democrata Guilherme Silva discordou de Merkel e considera que os fundos estruturais foram usados de forma correta, no desenvolvimento da Madeira. A Região Autónoma cumpriu as regras da União Europeia. “Todas as obras foram extremamente relevantes para a economia local”, afirmou.

O eurodeputado do PSD Nuno Teixeira usou outras palavras duras para revelar discordância: “As palavras de Merkel são uma imbecilidade”, disse, à agência Lusa. “Custa-me a crer que tenham sido proferidas por um chefe de governo”, referiu.

Alberto João Jardim foi o último a reagir, num comunicado que aponta “declarações ignorantes” de Merkel, mas com outras críticas nas entrelinhas. Recorde as palavras de Merkel.