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“O jardim-escola já não é jardim”, alerta investigador

Um estudo sobre o planeamento do recreio escolar levado a cabo pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em colaboração com o Instituo da Criança, conclui que as escolas têm tido problemas relacionados com a orgânica e qualidade dos seus recintos escolares.

Entre os problemas, destacam-se os baixos índices de espaços verdes por criança, a elevada exposição solar durante o período quente, e a falta de elementos que promovam o conforto bioclimático no recreio.

“Os elementos construídos são insatisfatórios quanto ao desempenho no desenvolvimento das capacidades e competências da criança, revelando insuficiências notórias, quer quanto ao número de equipamentos, quer face às necessidades dos utilizadores, o que, no final, se traduz numa baixa capacidade de fomentar o desenvolvimento de novas atividades e brincadeiras”, pode ler-se.

Frederico Meireles, arquiteto paisagista e diretor do mestrado em Arquitetura Paisagista da UTAD alerta para o facto de que “o jardim-escola já não é jardim e os recreios das escolas têm sido transformados em pátios inertes e acéticos, qual presídio”.

O investigador considera também que “os recintos escolares não são providos de espaço suficiente, nem tão pouco de diversidade de elementos”, para além de que “os ambientes de brincadeira e de estudo estão mais próximos e contidos do que nunca e a variedade de estímulos no ambiente natural está a ser substituída por outros, de natureza digital, limitando as oportunidades para a atividade física”.

Já num estudo anterior da UTAD, em avaliação aos espaços exteriores de 20 escolas secundárias inseridas no Programa Parque Escolar, concluiu-se que “a área total de recreio nas escolas secundárias nacionais é muito reduzida, apresentando um deficit de cerca de 80% inferior ao cenário ideal”.

 

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