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Jardim e a coligação PSD-CDS: “Beijem-se, mas não chateiem”

aj-jardimUnidos no continente, PSD e CDS não vão aproximar-se na Madeira, por desejo de Alberto João Jardim, que dispara: “Não abro as pernas para o CDS entrar no Governo”. Sobre esta temática, o social-democrata, envia uma indireta para o Governo central. “Beijem-se, mas não chateiem”, diz.

Nem o receio de perder a maioria nas eleições legislativas regionais levará o social-democrata Alberto João Jardim a ponderar uma aproximação ao CDS-PP da Madeira. O líder do Governo Regional, que falava no Chão da Lagoa, foi lacónico e esclarecedor. “Não abro as pernas para o CDS entrar no governo”, afirmou, citado pelo Público.

O candidato do PSD pareceu falar para o continente, numa indireta à estratégia do PSD, que se coligou para obter maioria na Assembleia da República.

“Eu não transijo”, sublinhou Jardim, neste domingo, pouco preocupado com uma eventual perda da maioria, apesar do distanciamento relativamente ao PSD e ao Governo, que marca a sua campanha.

Alberto João Jardim tem sido crítico das opções de Passos Coelho e já culpou o Governo central de colocar a região na situação económica em que a Madeira se encontra.

E por isso a aproximação entre PSD e CDS que se verifica no continente não vai ter paralelo na Madeira. “Não posso transigir com uma oposição que ataca a região em alturas difíceis, nem com gente do PSD que quer uma aproximação à oposição”, justifica Alberto João Jardim, que reitera críticas para a direita no “Governo de Lisboa”.

“Beijem-se, mas não chateiem. Eu não votei em coligação com ninguém, o problema não é meu”, disse Alberto João Jardim, durante a festa anual do PSD, que decorreu na herdade do Chão da Lagoa, ontem.

A oposição na Madeira é para Alberto João Jardim um conjunto de “partidos loucos e incompetentes”. Assim, defende, “Deus nos livre que o poder lhes caia nas mãos”.

Jardim falava numa altura em que o Governo de Passos Coelho acaba de apresentar novas medidas de austeridade. E Paulo Portas, líder do CDS, mereceu críticas, por não estar presente, num momento em que é preciso dar a cara.

“Enquanto o primeiro-ministro anuncia medidas desagradáveis, tínhamos o ministro Portas no Brasil, a anunciar vantagens que aquele país permitia aos produtos portugueses. Mas esqueceu-se de dizer é quais eram as contrapartidas portuguesas que foram dadas ao Brasil”, disse Jardim, que não se deteve.

“Há qualquer coisa que não bate certo. Há uma hipocrisia do CDS… A coligação em Lisboa é muito engraçada. Só as personalidades do PSD dão as notícias desagradáveis, ao mesmo tempo que os ministros do CDS dão as notícias fantásticas que não têm desenvolvimento”, acusa Jardim.

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