Desporto

“Já não acredito naquele futebol que eu admirava”, reage Vítor Bruno

O defesa do Feirense Vítor Bruno recorreu às redes sociais para fazer uma viagem à infância, pelo futebol que o conquistou. Viaja pela carreira e termina no “lixo”. “Hoje com 29 anos, já não acredito naquele futebol que eu admirava e que me colocava horas e horas em frente à televisão”, lamenta.

“Isto é apenas um desabafo de quem perdeu o fascínio da magia do futebol”, termina o jogador do Feirense, no remate de um texto escrito após a derrota com o Benfica, neste domingo, e durante os programas televisivos de comentário à jornada.

Sem uma única referência ao jogo que os fogaceiros perderam por 4-1 (uma partida polémica, como têm sido quase todas as que envolvem Benfica e FC Porto, nas últimas jornadas), Vítor Bruno assinala a degradação do futebol, por culpa de quem gravita neste universo.

É um defesa ao ataque, com frases fortes, que recua ao tempo em que jogava por paixão. “Jogávamos e amamos verdadeiramente o futebol”, escreve.

“Jogava na rua, na escola, no ringue… fosse onde fosse, jogava em todo o lado. Dois ‘pra’ dois, aos cruzamentos, ao “brasileiro”…Os portões faziam de balizas (e nessas vezes a minha mãe ficava fula e barafustava).Meu Deus, que tempos fantásticos que eu e os meus amigos vivíamos. Pureza das coisas”, conta o vilacondense.

O sonho era chegar à I Liga. E Vítor Bruno conseguiu. Desde o Fajozes, passando por Unidos ao Varzim, Famalicão, FC Porto, Candal, Ribeirão e Penafiel, na formação, sendo que nos penafidelenses acabou por cumprir o sonho de jogar na I Liga. Feirense, Boavista e de novo no Feirense seguiram-se na carreira.

“O menino que ‘bebia’ jogos e adorava futebol tinha conseguido chegar ao mais alto patamar do futebol. Tudo para mim era fantástico. O ambiente antes dos jogos. A relva. O ambiente. As câmaras. Sempre tudo me cativou”, conta.

O texto termina com os programas televisivos deste domingo.

“Hoje com 29 anos, já não acredito naquele futebol que eu admirava e que me colocava horas e horas em frente à televisão. De que se fala agora? De tudo menos de futebol de verdade. Falamos de lixo. Consumimos lixo. Ligamos a tv e vemos em todos os canais gente que não disfarça o clubismo. Aos 29 anos, este futebol, já não me fascina. Não foi isto que idealizei”, continua.

Vítor Bruno pede para que se olhe o futebol “sem clubismos”. Defende que “quem gosta de futebol não pode gostar do que se passa em Portugal”. E lamenta que se continue “a assobiar para o lado”.

“Isto é apenas um desabafo de quem perdeu o fascínio da magia do futebol”, termina.

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