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Já há Governo. E um acordo evidente para solução à esquerda

Depois da tomada de posse do XX Governo Constitucional, no Palácio da Ajuda, nesta sexta-feira, João Oliveira, líder parlamentar do PCP, reforçou a ideia de que, à esquerda, há acordo fechado. Socialistas, bloquistas e comunistas parecem querer esconder um compromisso de governação já firmado.

Torna-se difícil esconder que o acordo para um Governo socialista (sustentado pela maioria de esquerda) está selado.

Quando as respostas não são claras e somos obrigados a ler nas entrelinhas, fica a ideia de que PS, Bloco de Esquerda e PCP já chegaram a um entendimento para um acordo de governação e tentam, de todas as formas, esconder o jogo.

Hoje, o líder parlamentar do PCP alimentou esta ideia, ao desmentir cenários de “instabilidade”, do lado da oposição, quando confrontado com a teoria de diferentes visões sobre a moção de rejeição que deverá fazer cair o Governo.

João Oliveira, parlamentar comunista, reiterou críticas a Cavaco Silva, acusando-o de “prolongar a instabilidade” ao indigitar e empossar um Governo que vai ser derrubado, no entender do PCP.

António Costa, secretário-geral do PS, já fez saber que só derruba o executivo empossado hoje, no Palácio da Ajuda, se tiver uma alternativa. João Galamba, deputado socialista, confirmou também hoje que o PS não vai permitir que PSD e CDS governem. E aqui está um ponto que indicia que solução para a alternativa de esquerda já está encontrada.

Mas há outros indícios. Jerónimo de Sousa tem fugido à questão. Quer nas entrevistas que dá, quer nas declarações de circunstância mantém um discurso vago. Nitidamente estratégico.

Mais. O presidente e líder parlamentar do PS, Carlos César, reafirmou nesta sexta-feira que os diálogos para uma solução sólida e duradoura prosseguem, transmitindo ao Presidente da República uma mensagem (implícita) de que o caminho está feito.

O ponto mais forte a sustentar a teoria de que a esquerda já tem acordo reside, porém, noutro facto: PS, Bloco e PCP sabem que estão condenados a apresentar a Cavaco Silva uma proposta sólida, sob pena de a fatura a pagar – política e não só – ser demasiadamente alta.

Quem acredita que não à acordo à esquerda? Todos os dias surgem novos sinais de que não há divergências e que apenas detalhes (e o tempo político certo) impedem o anúncio de um ‘casamento’ mais do que anunciado.

Entretanto, e enquanto estes três partidos parecem esconder o jogo, Cavaco Silva deu posse aos ministros e secretários de Estado do XX Governo Constitucional, que poderá ser o mais curto da história da democracia.

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