Economia

“Isto é gozar com os portugueses”, diz Rui Rio sobre a venda de imóveis pelo Novo Banco

A polémica venda de 13 mil imóveis do Novo Banco levou o presidente do PSD, Rui Rio, a exigir a intervenção do Ministério Público.

De acordo com uma notícia do jornal Público, o Novo Banco vendeu o portfolio ‘Viriato’ a “preços de saldo”, em 2018, a um fundo sediado nas ilhas Caimão.

Foi o segundo maior negócio imobiliário da Península Ibérica, de acordo com a TVI, com o Novo Banco a vender imóveis avaliados em 631 milhões de euros por apenas 364 milhões.

“Isto é gozar com os portugueses”, reagiu Rui Rio, em declarações aos jornalistas.

“Tem a palavra o Ministério Público, espero que agarre neste dossiê. Depois de tudo o que aconteceu no BES, de tudo o que nós pagámos, cria-se um banco a que houve a lata de chamar ‘banco bom’ e que agora nos dá um prejuízo deste tamanho num negócio com estes contornos”, sustentou o presidente do PSD.

“O dinheiro, entretanto, já vai não sei aonde, já vai nas ilhas Caimão”, lamentou ainda o dirigente ‘laranja’.

Este caso veio demonstrar que “todos os mecanismos de fiscalização sobre uma fraude”, afirmou Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda.

“Não é possível garantir ao Parlamento, como fizeram tantas vezes os responsáveis do Governo, Banco de Portugal, Fundo de Resolução e Novo Banco, de que não há vendas de ativos quando ninguém sabe quem são os verdadeiros compradores porque estão sediados nas ilhas Caimão”, argumentou a deputada bloquista.

Também o PCP reagiu à notícia da venda de 13 mil imóveis “a preço de saldo”, considerando tratar-se de “um crime económico contra o Estado”.

“A privatização [do BES] foi uma má opção, com custos que podem ultrapassar os 10 mil milhões de euros”, acrescentaram os comunistas, em comunicado.

Ainda de acordo com a notícia do Público, o Novo Banco concedeu crédito ao fundo das ilhas Caimão para este comprar os imóveis… do Novo Banco.

O jornal refere também que a diferença entre o valor pago pelo fundo e o valor de mercado do portfólio ‘Viriato’ foi coberto pelo Fundo de Resolução.

O Novo Banco rejeitou que o negócio tenha sido feito “a preços de saldo” e garantiu que já enviou toda a informação para a Procuradoria-Geral da República.

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