O Governo do Irão negou hoje estar envolvido no ataque contra a embaixada dos Estados Unidos da América (EUA) no Iraque, que se iniciou na terça-feira, advertindo as autoridades americanas sobre qualquer erro de cálculo e ato imprudente.
Em resposta às acusações dos EUA, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irão, Abas Musaví, disse que o seu país está a ser alvo de “uma espécie de obscenidade americana e erros de cálculo repetitivos”.
Abas Musaví considerou que as acusações dos EUA contra o Irão são um insulto ao povo do Iraque, segundo a agência de notícias local iraniana Mehr.
“Como e de acordo a que lógica esperam que o Iraque permaneça em silêncio contra todos estes crimes!”, reagiu o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irão.
O porta-voz iraniano aconselhou as autoridades americanas a não se esquecerem que os iraquianos ainda os consideram “ocupantes”.
Neste sentido, Abas Musaví pediu a Washington que reconsidere relativamente às políticas destrutivas na região e alertou as autoridades americanas sobre as consequências de qualquer erro de cálculo e reações imprudentes.
Já o líder supremo da República Islâmica do Irão, Ali Khamenei, “condenou veementemente a malevolência” dos EUA, referindo-se aos ataques mortais americanos, que ocorreram no domingo e atingiram uma força pró-iraniana no Iraque.
“O Governo, a nação iraniana e eu condenamos veementemente a malevolência dos Estados Unidos”, afirmou Ali Khamenei, numa publicação no Twitter.
Na terça-feira, milhares de manifestantes atacaram a embaixada dos EUA em Bagdade, no Iraque, queimando bandeiras, derrubando câmaras de vigilância e gritando “morte à América”, após ataques mortais americanos a um grupo armado iraquiano pró-iraniano.
Dezenas de manifestantes acamparam junto à embaixada, onde passaram a noite, um dia depois de terem invadido o complexo, destruindo uma área de receção e quebrando janelas num dos piores ataques àquela embaixada.
Hoje, os EUA voltaram a lançar gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes que estavam no exterior do complexo da embaixada americana em Bagdade (capital do Iraque), noticiou a agência noticiosa Associated Press (AP).
O corpo de fuzileiros norte-americanos (‘marines’) que guardavam a embaixada disparou gás lacrimogéneo depois de os manifestantes terem incendiado o telhado na área da receção.
Na terça-feira, os EUA anunciaram o reforço do seu contingente militar no Iraque com “centenas de soldados”, após as manifestações junto à sua embaixada em Bagdade em protesto contra uma ação militar no domingo que provocou dezenas de mortos e feridos.
O presidente dos EUA, Donald Trump, disse que esperava que o Iraque usasse as suas forças para proteger a embaixada americana em Bagdade de ser atacada por milhares de manifestantes.
“Esperamos que o Iraque use as suas forças para proteger a embaixada, e elas foram informadas!”, afirmou Donald Trump, numa publicação na rede social ‘Twitter’, acusando Teerão, capital do Irão, de estar por trás da violência.
Segundo o presidente dos EUA, o Irão está a orquestrar um ataque à embaixada americana no Iraque e “serão totalmente responsabilizados”.
“O Irão será totalmente responsabilizado pelas vidas perdidas ou os estragos nas nossas instalações. Vão pagar caro [em maiúsculas]”, preveniu o Presidente dos EUA num ‘tweet’. “Não se trata de uma advertência, é uma ameaça”, acrescentou.
O agravamento das persistentes tensões entre Washington e Teerão reforçou os receios de uma escalada que degenere em confrontação militar direta entre os dois países inimigos.
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