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“Investiram em ventiladores, esqueceram-se dos médicos de família”, diz Rui Nogueira

O presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), Rui Nogueira, afirmou que a pandemia de covid-19 tornou públicas as muitas falhas no Serviço Nacional de Saúde.

“Estamos pior agora do que estávamos em abril”, garantiu o responsável, em entrevista ao Diário de Notícias.

“Há dez anos” ques os médicos de família e as unidades de saúdem padecem de “um problema de esquecimento” por parte da tutela, agora revelado pelo combate à covid-19.

“O que estava a acontecer antes da pandemia, devido à falta de recursos, é agora ainda mais notório. Não há unidades de saúde suficientes para responder à população, não há médicos de família, não há outros recursos”, denunciou.

Rui Nogueira lembrou que todos os profissionais que lideram o combate à pandemia “estão exaustos” e que os novos protocolos, que privilegiam o atendimento por telefone, criaram problemas adicionais.

“A questão é que não faltam só telefones, mas também profissionais para atender telefones. Tem de haver pessoas para tudo, não basta termos mais linhas de telefones”, exemplificou.

“Quando falamos em cuidados primários falamos da outra ponta da linha, da ponta inicial, aquela que tem de dar resposta ao global da população e parece que ninguém pensa nisso. Investiram em ventiladores, mas não se lembraram sequer de investir em telefones ou em pessoas para os atender”, reforçou o presidente da APMGF.

Os portugueses ficaram “iludidos com os ventiladores”, a questionar “quantos há, quantos comprámos”, mas “também se esquecem de que os ventiladores precisam de técnicos, não trabalham sozinhos”.

“Quem manda não está a pensar nos mais de 25 mil casos ativos que temos nesta altura e nos noutros dois milhões de utentes, que são doentes agudos, crónicos e com outras complicações, e que todos os anos geram 30 milhões de consultas nos cuidados primários”, insistiu Rui Nogueira.

Estando o SNS necessitado de reforçar os meios humanos, a APMGF espera que as contratações para os hospitais não sejam feitas à custa dos centros de saúde.

“Não quero acreditar que os hospitais venham a ter capacidade financeira para contratar estes colegas e os centros de saúde não”, concluiu o presidente.

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