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Investimento Estrangeiro em Moçambique cai 26 por cento para 2,3 mil milhões em 2017

O investimento estrangeiro em Moçambique caiu 26 por cento, para 2,3 mil milhões de dólares devido à austeridade e à crise da dívida, segundo o Relatório sobre o Investimento Mundial, da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD).

“O Investimento Direto Estrangeiro (IDE) para Moçambique contraiu-se severamente, caindo 26 por cento para 2,3 mil milhões de dólares, num contexto de austeridade e incumprimentos financeiros sobre a dívida”, lê-se no documento hoje divulgado em Genebra, que dá conta da importância do setor do gás para o futuro do país.

“As perspetivas de longo prazo assentam na exploração do potencial do país no gás natural liquefeito e no reinvestimento dos lucros em projetos que avancem o desenvolvimento económico”, acrescenta o relatório na parte que diz respeito a Moçambique.

O setor do carvão, importante nas exportações do país, “atraiu investidores de um consórcio de empresas chinesas, britânicas e da África do Sul, mas o projeto está ainda na fase inicial”, diz a UNCTAD, notando que “face aos sérios desafios macroeconómicos, a recuperação de operações de empresas multinacionais no setor mineiro não foi suficiente, por si só, para impulsionar o IDE noutros setores”.

No continente, o fluxo de investimentos estrangeiros em África caiu 21 por cento, para 42 mil milhões, enquanto os investimentos africanos no estrangeiro recuperaram 8 por cento, para 12 mil milhões de dólares, alicerçados “no início da recuperação dos preços do petróleo, bem como em avanços na cooperação inter-regional através da assinatura do acordo de livre comércio na região, que deve fazer aumentar o fluxo de IDE para cerca de 50 mil milhões de dólares, este ano, “desde que o ambiente político global permaneça favorável”.

O relatório da UNCTAD considera que a queda nos fluxos para África “deveu-se principalmente aos baixos preços do petróleo e aos efeitos da queda dos preços das matérias-primas, que contraiu os fluxos nas economias dependentes das exportações, como o Egito, Moçambique, Congo, Nigéria e Angola”.

O IDE global caiu 23 por cento no ano passado, para 1,43 biliões de dólares, de acordo com a análise divulgada hoje pela UNCTAD.

“As pressões descendentes sobre o IDE e o abrandamento nas cadeias de valor globais são uma grande preocupação para os decisores políticos a nível mundial, e especialmente nos países em desenvolvimento, disse o secretário-geral da UNCTAD, Mukhisa Kituyi, comentando os dados divulgados hoje em Genebra.

O abrandamento, “em claro contraste com outras variáveis macroeconómicas que registaram um aumento substancial em 2017”, foi motivado em parte por uma diminuição de 22 por cento no valor das fusões e aquisições internacionais, e os valores dos investimentos previstos, indicadores da tendência para o futuro, registaram uma queda de 14 por cento, para 720 mil milhões de dólares.

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