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Intérprete do funeral de Mandela diz que sofreu episódio de esquizofrenia e pede desculpa

thamsanqa jantjiejantjie 600Está esclarecido o caso do falso intérprete, durante o funeral de Nelson Mandela, que imitou a língua gestual durante os discursos. O homem, que está identificado, conta ao jornal sul-africano The Star que “ouvia vozes”, durante um “episódio de esquizofrenia”.

O caso, apesar de pouco relevante, não deixa de marcar o funeral de Nelson Mandela, no Soweto, África do Sul, na passada terça-feira.

Um homem surge ao lado de quem discursa e faz gestos que se subentendem ser de língua gestual. No entanto, tratava-se de uma fraude, que a Federação Africana de Surdos imediatamente denunciou, de acordo com o ITV News. “O homem estava a fazer os gestos que pretendia e não a traduzir qualquer discurso”, garante aquela federação.

Entretanto, surgiram perguntas. Quem é o homem? Com que objetivo fez de falso intérprete num funeral de uma personalidade como Nelson Mandela? Em declarações à agência Reuters, Delphin Hlungwane, intérprete de língua gestual africano, revela que “ninguém sabe quem é nem sequer o seu paradeiro”.

Mas um dia depois o próprio falso intérprete ‘apresenta-se’ e justifica-se. Chama-se Thamsanqa Jantjie e, em declarações ao jornal sul-africano The Star, revela que sofreu um episódio esquizofrénico, no momento em que estava no palco onde os presentes discursavam, numa homenagem a Mandela.

“Não havia nada que eu pudesse fazer. Eu estava sozinho em uma situação muito perigosa. Tentei controlar-me não mostrar ao mundo o que estava a acontecer. Peço desculpa”, afirmou Thamsanqa Jantjie, o falso intérprete.

O homem garante que é intérprete de língua gestual e diz que é funcionário de uma empresa que presta este tipo de sérvios. Durante o funeral de Mandela, Jantjie terá recebido “70 euros”, segundo garante.

Em declarações à agência Reuters, Delphin Hlungwane, intérprete de língua gestual africano, conta que não há nada de língua gestual, no ato do intérprete. “Ele não fez nada, não se viu nem sequer um gesto. Limitava-se apenas a abanar os braços. Parecia que estava a espantar moscas da cara e da cabeça”, afirmou a diretora do centro de língua gestual da Cidade do Cabo, Cara Loening, que fala em ultraje.

O vídeo foi parar às redes sociais e gerou na comunidade mundial um misto de incredulidade e revolta, entretanto esclarecida. Ou não. Será necessário entender a doença. Veja as imagens do falso intérprete:

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