Há riscos “muito grandes” da crise da dívida espanhola atingir, por contágio, a congénere portuguesa, fazendo disparar os juros. O receio foi confessado por um vogal do conselho diretivo do Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público (IGCP), Luís Varennes, durante uma conferência da Eurofinance realizada hoje em Lisboa.
Para este responsável, a atual situação vivida no vizinho ibérico pode ter repercussões em toda a União Europeia e, dada a elevada dependência de Portugal face à economia espanhola, o contágio seria uma hipótese muito provável. “Assim que se sintam os efeitos negativos em Espanha e em outros países, isso tende a refletir-se nos juros da dívida portuguesa”, reforçou Luís Varennes.
O vogal do IGCP acrescentou ainda considerar “impensável” a hipótese de Portugal regressar aos mercados nesta fase: “há uma evolução favorável nas obrigações, mas as ‘yields’ continuam a ser muito elevadas e, por isso, o retorno ao mercado obrigacionista continua a ser impensável até que as ‘yields’ caiam mais”.
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