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Inquérito/CGD: “Inconcebível” financiamento para compra de ações, diz Costa Pinto

O antigo presidente do Conselho de Auditoria do Banco de Portugal João Costa Pinto considerou hoje “inconcebível” que um banco público se envolva em operações de “natureza especulativa ou financeira”, como crédito para compra de ações.

“É para mim inconcebível que um banco público se envolva em operações de natureza especulativa ou financeira”, disse hoje no parlamento João Costa Pinto em resposta à deputada do PSD Liliana Silva, durante a sua audição na segunda comissão parlamentar de inquérito à recapitalização e gestão da Caixa Geral de Depósitos (CGD).

João Costa Pinto disse que “uma coisa é um banco financiar a atividade económica”, o “imobiliário”, e “até o imobiliário de risco, que envolve atividade de natureza especulativa sobre terrenos”, consubstanciado num “tipo de euforia em que os bancos são ao mesmo tempo indutores e vítimas”, e “outra coisa distinta é quando um banco aceita financiar uma operação de natureza puramente financeira, como por exemplo financiar ações”.

“Há operações que foram conduzidas no âmbito do banco público que eu não entendo nem nunca entendi”, vincou, sublinhando que este tipo de operações “não cabe nos padrões normais de avaliação de risco”, já que “o tipo de colateral ou garantia é suscetível a grandes oscilações no mercado”.

O ex-responsável do Banco de Portugal considerou que “um colateral é uma segunda linha de defesa” do credor, e que “um crédito só deve ser concedido se a primeira linha de defesa justificar o financiamento”, ou seja, “gerar um ‘cashflow’ que vai permitir pagar o serviço dessa dívida”.

“O que é necessário na CGD é que o governo nenhum fez até hoje, que é decidir o que é um banco público”, disse Costa Pinto, antes de acrescentar que tal instituição não é “para fazer o que os outros fazem”.

De acordo com dados do relatório da EY ao banco público, os empresários Joe Berardo e Manuel Fino obtiveram financiamentos da Caixa Geral de Depósitos para compra de ações do BCP, dando como garantia essas mesmas ações que, entretanto, desvalorizaram, gerando perdas avultadas para a CGD.

Lusa

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Etiquetas: Caso CGDhome

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