Economia

Armando Vara pede para não ir à comissão de inquérito

O ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos Armando Vara, que está preso em Évora, pediu para não comparecer na comissão parlamentar de inquérito ao banco público, invocando “a situação em que se encontra” e falta de acesso a informação.

“Não pode o exponente deixar de invocar a situação em que se encontra, a qual é do conhecimento público, e de que resulta a sua impossibilidade de acesso a qualquer tipo de informação desde há cinco meses”, pode ler-se na carta dos advogados de Armando Vara enviada à comissão, a que a Lusa teve acesso.

A situação de estar atualmente preso em Évora por tráfico de influência “inviabiliza, objetivamente, a necessária preparação sobre os assuntos que possam estar em causa na sua inquirição”, de acordo com os advogados de Vara, da sociedade Capitão, Rodrigues Bastos, Areia & Associados (CRBA).

“A tudo isto acresce a óbvia penosidade, quer física, quer emocional, que a sua deslocação ao parlamento acarretará”, pode ler-se na missiva.

A audição a Armando Vara estava marcada para dia 14 de junho.

Os advogados de Vara afirmam ainda que o ex-ministro já prestou “todos os esclarecimentos que lhe foram solicitados sobre a sua atuação enquanto administrador da Caixa Geral de Depósitos (CGD) e sobre todos os dossiês em que esteve envolvido”, ao ter comparecido na anterior comissão parlamentar da CGD no dia 22 de março de 2017.

Os representantes de Armando Vara invocam ainda o facto de se encontrarem “em investigação, em diversos processos criminais, atos relativos à gestão da CGD, nomeadamente relativos ao período em que o exponente foi administrador daquela instituição” para reforçar o seu pedido.

“O exponente entende que, para salvaguarda dos seus direitos de defesa, não deve, por ora, pronunciar-se mais sobre questões relacionadas com a CGD até que as mesmas se encontrem devidamente elucidadas nos processos criminais em curso”, acrescenta a missiva.

Armando Vara foi nomeado administrador da Caixa Geral de Depósitos em 2006, para a equipa presidida por Carlos Santos Ferreira, tendo depois ambos transitado para o BCP em 2008.

O também ex-ministro Adjunto e da Juventude e Desporto do segundo governo de António Guterres é ainda um dos 28 arguidos da Operação Marquês.

Dos arguidos deste processo, foram já ouvidos na comissão parlamentar de inquérito à CGD Joaquim Barroca e Diogo Gaspar Ferreira.

Em 29 de maio foi dado a conhecer que o ex-primeiro-ministro José Sócrates, também arguido na Operação Marquês, responderá por escrito às questões dos deputados da comissão.

Na Operação Marquês estão também envolvidos Ricardo Salgado, Carlos Santos Silva, Henrique Granadeiro, Zeinal Bava, Bárbara Vara (filha de Armando Vara), Helder Bataglia, Rui Mão de Ferro e Gonçalo Ferreira, empresas do grupo Lena (Lena SGPS, LEC SGPS e LEC SA) e a sociedade Vale do Lobo Resort Turísticos de Luxo.

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