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Início do julgamento da morte de triatleta Luís Grilo marcado para 10 de setembro

O Tribunal de Loures marcou para 10 de setembro o início do julgamento de Rosa Grilo e António Joaquim, acusados pelo Ministério Público (MP) da coautoria do homicídio do triatleta Luís Grilo, marido da arguida.

Segundo um despacho judicial, a que a agência Lusa teve hoje acesso, a presidente do coletivo de juízes, Ana Clara Baptista, agendou para as 09:15, com possibilidade de continuação à tarde, a primeira sessão de julgamento, a qual servirá para ouvir as declarações dos arguidos.

Ricardo Serrano Vieira, advogado de António Joaquim, já referiu anteriormente à Lusa que o seu constituinte vai falar em julgamento, enquanto a advogada Tânia Reis disse, em abril, ainda não saber se a sua cliente irá prestar declarações.

Estão ainda agendadas sessões para 17 e 24 de setembro (todo o dia) e para as 09:15 de 01 de outubro, com possibilidade de continuação à tarde.

Na acusação, o MP pede que os arguidos sejam julgados por um tribunal de júri (além de três juízes, são escolhidos/nomeados quatro cidadãos).

O Tribunal de Loures marcou para o próximo dia 21, às 14:15, “o sorteio da pré-seleção de jurados, em audiência pública”, a realizar na secretaria daquele tribunal.

Os 100 jurados pré-selecionados, e dos quais sairão os oito jurados finais (quatro efetivos e quatro suplentes), vão ser sorteados dos cadernos eleitorais dos municípios da Comarca de Lisboa Norte, que contempla 10 concelhos: Vila Franca de Xira, Loures, Odivelas, Cadaval, Azambuja, Torres Vedras, Alenquer, Arruda dos Vinhos, Lourinhã e Sobral de Monte Agraço.

Na acusação, o MP pede que seja aplicada a Rosa Grilo a pena acessória da declaração de indignidade sucessória (sem direito a herança) e a António Joaquim (oficial de justiça) a pena acessória de suspensão de exercício de funções públicas.

O MP atribui a António Joaquim a autoria do disparo sobre Luís Grilo, na presença de Rosa Grilo, no momento em que o triatleta dormia no quarto de hóspedes na casa do casal, na localidade de Cachoeiras, Vila Franca de Xira (distrito de Lisboa), para assim poderem assumir a relação amorosa e beneficiarem dos bens da vítima – 500.000 euros em indemnizações de vários seguros e outros montantes depositados em contas bancárias tituladas por Luís Grilo, além da habitação.

O despacho de acusação do MP, divulgado pela Lusa em 26 de março, conta que em 15 de julho de 2018, os dois arguidos, de 43 anos, após trocarem 22 mensagens escritas em três minutos, “combinando os últimos detalhes relativo ao plano por ambos delineado para tirar a vida de Luís Grilo”, acordaram desligar os respetivos telemóveis.

Numa hora não apurada, mas entre essa noite e a manhã do dia seguinte, “em execução do plano comum que já haviam acordado há, pelo menos, sete semanas”, António Joaquim, na posse de uma arma de fogo municiada, dirigiu-se à casa onde residiam Luís Grilo e Rosa Grilo.

A acusação relata que o arguido entrou na residência “com o conhecimento” da arguida e que ambos se dirigiram ao quarto dos hóspedes, localizado no primeiro andar, onde se encontrava Luís Grilo a dormir.

No dia após a morte do triatleta, António Joaquim começou a frequentar a casa de Rosa Grilo, “não obstante estarem em curso diligências tendentes à localização do paradeiro de Luís Grilo por familiares, amigos e autoridades policiais”, segundo a acusação.

O corpo foi encontrado com sinais de violência e em adiantado estado de decomposição, mais de um mês após o desaparecimento, a cerca de 160 quilómetros da sua casa, na zona de Benavila, concelho de Avis, distrito de Portalegre.

O MP, em representação do filho menor de Rosa Grilo e do triatleta, apresentou um pedido de indemnização civil de 100 mil euros contra a arguida e António Joaquim.

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