Estaremos a assistir ao início do fim da Itália? Lombardia e Veneto, duas das regiões mais ricas do país, votaram por maior autonomia nos ontem referendos realizados. E, ao contrário do que aconteceu na Catalunha, os sufrágios foram legais e reconhecidos pela Constituição italiana.

Embora os resultados não fossem vinculativos, deixaram bem expresso o sentimento popular.

Na Lombardia, com dez milhões de habitantes e geradora de 20 por cento da riqueza de Itália, o ‘sim’ a mais autonomia superava os 95 por cento (quando a contagem se aproximava do final); no Veneto, com cinco milhões de habitantes e responsável por 10 por cento do PIB italiano, o ‘sim’ foi a opção de 98,1 por cento dos eleitores.

No referendo, os eleitores tiveram de responder à seguinte pergunta: ‘Deseja que a região disponha de formas adicionais e condições particulares de autonomia?’

Os resultados mandatam os governadores das duas importantes regiões, Roberto Maroni (Lombardia) e Luca Zaia (Veneto), para abrir uma tensa negociação com o Governo central.

Quer Maroni, quer Zaia são membros da Liga do Norte, um partido de extrema-direita que tem ganho dimensão entre o eleitorado com base num anti-imigração e xenófobo.

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