Nas Notícias

Informáticos da função pública querem ser ouvidos na revisão das carreiras

As propostas do Governo para a revisão das carreiras dos informáticos da Administração Pública (AP) “não reúnem o consenso” dos profissionais, que vão debater o assunto num encontro nacional, anunciado hoje, em janeiro de 2019.

“Não conhecemos, neste momento, o projeto final do Governo” nesta matéria, disse à agência Lusa o presidente da recém-criada Associação Nacional de Informáticos da Administração Pública (ANIAP), Filipe Sá.

O estudo intitulado “Perfis e Modelos de Carreiras de Sistema e Tecnologias de Informação”, no qual deverá assentar a revisão das carreiras de informática da AP, “não reúne o consenso” entre os trabalhadores das autarquias e diferentes organismos do Estado.

Filipe Sá, funcionário da Câmara de Penacova, no distrito de Coimbra, e docente do Instituto Politécnico de Viseu, prestava declarações à Lusa no final da apresentação pública da ANIAP, em que participaram dezenas de sócios e alguns convidados de vários pontos do país.

Em janeiro, em data e local a definir, a ANIAP vai organizar o I Encontro Nacional de Informáticos da Administração Pública, no qual a revisão das carreiras vai estar em discussão.

Criada em setembro, a associação quer ser ouvida no processo de revisão das carreiras, cujo estudo resulta de um trabalho conjunto da Agência para a Modernização Administrativa (AMA) e da Direção-Geral da Qualificação dos Trabalhadores em Funções Públicas (INA).

“Vamos auscultar os associados”, disse o presidente da ANIAP.

Na sua opinião, os informáticos “não devem ser nunca incorporados numa carreira geral” da Administração Pública “que não atenda às especificidades” da profissão.

A carreira destes trabalhadores “não é minimamente valorizada pelas instituições públicas”, declarou Filipe Sá.

Também o vice-presidente da ANIAP, David Pinto, que trabalha na Associação de Informática da Região Centro (AIRC), em Coimbra, disse que os informáticos desenvolvem “um trabalho que ninguém vê” e que continua a não ser valorizado.

Durante a sessão, este dirigente insistiu na importância de a associação “chegar a todo o lado e a toda a Administração Pública”, tanto central como local.

“A nossa força será maior quanto maior for o número de sócios que tivermos”, acentuou.

David Pinto revelou que a ANIAP, criada maioritariamente por profissionais da região Centro que querem agora estender a sua ação a todo o país, tem vindo a discutir a questão das carreiras com dois sindicatos do setor público que deverão participar no Encontro Nacional de Informáticos da Administração Pública.

No estudo conjunto da AMA e do INA, é realçado que “a transformação digital da Administração Pública se afigura prioritária tendo em vista a melhoria de numa lógica de proximidade com o cidadão e empresas, a simplificação e eficiência dos processos administrativos”.

Em destaque

Subir