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Influência de proteínas críticas pode conduzir a curas contra o cancro

tumorAlgumas proteínas críticas influem de tal maneira as conexões do sistema nervoso que podem vir a ser fundamentais na cura de doenças do foro neurológico ou oncológico, de acordo com um estudo desenvolvido no Salk Institute, nos EUA.

O desenvolvimento das conexões complexas do sistema nervoso depende apenas de algumas proteínas críticas, segundo um estudo realizado no Salk Institute (EUA) e publicado na revista Cell. A influência de proteínas Ret, localizadas na borda do axónio do neurónio motor e dentro do líquido extracelular em que viaja, orientam o nervo que surge da medula espinhal. Como essas moléculas podem atrair ou repelir o axónio, são fundamentais para estabelecer o caminho que oaxónio deve seguir até se ligar ao músculo-alvo.

“O neurónio que está a surgir tem de detetar o meio ambiente no qual está a crescer e decidir onde ele está e se crescer em linha reta, mover para a esquerda ou direita ou parar”, descreve o investigador principal, Sam Pfaff: “ele faz isso misturando e combinando apenas alguns produtos de proteínas para criar complexos que dizem ao neurónio em crescimento que caminho ele deve percorrer, da mesma forma que um carro usa os sinais de GPS recebidos para guiá-lo através duma estrada”.

O estudo oferece novas soluções para estudar o desenvolvimento do cancro, pois a proteína Ret, sendo fundamental para “empurrar e puxar” o sistema de sinalização, também está ligada à propagação dos tumores. As mutações que ativam Ret estão ligadas a um número de diferentes tipos de tumores.

Os investigadores acreditam ainda que a maneira como as células detetam sinais no seu ambiente é, provavelmente, uma estratégia universal. “Controlar o crescimento neuronal requer moléculas sinalizadoras muito potentes e faz sentido que isso possa estar ligado a doenças. Esperamos que as nossas descobertas ajudem ainda mais a desvendar essas conexões”, complementa Pfaff.

O cérebro contém milhões de vezes o número de ligações de neurónios do que o número de genes encontrados no ADN de células do cérebro. Este é um dos primeiros estudos a tentar entender como um neurónio crescente integra muitas partes diferentes de informações, a fim de navegar para o alvo final e criar uma conexão funcional.

Os investigadores focaram nos neurónios motores que controlam os movimentos musculares, mas afirmam que o mesmo tipo de coisa acontece ao longo do desenvolvimento embrionário de todo o sistema nervoso, durante o qual milhões de axónios tomam triliões de decisões sobre como se movem para os alvos. “É a especificidade requintada com que eles crescem que fundamenta aarquitetura básica e bom funcionamento do sistema nervoso”, explica o investigador principal.

Dario Bonanomi, autor do estudo, adianta que estes achados poderão fornecer uma nova luz sobre uma série de distúrbios clínicos relacionados ao funcionamento defeituoso de células nervosas, como esclerose lateral amiotrófica (também conhecida como doença de Lou Gehrig): “é também um ponto de partida para tentar entender a base para defeitos que possam surgir durante o desenvolvimento fetal do sistema nervoso. Uma melhor compreensão desses sinais pode ajudar a ser capaz de regenerar e religar os circuitos seguintes doenças ou lesões do sistema nervoso”.

 

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