O presidente do Infarmed diz que 20 por cento dos medicamentos devem deixar de ser comparticipados. Numa audição da comissão de Saúde, Jorge Torgal defendeu que há “controvérsia técnica e científica” que deveria conduzir ao fim da comparticipação de alguns fármacos, porque estão abertas as portas ao “abuso por parte da indústria farmacêutica”.
Jorge Torgal admitiu na Assembleia da República que as comparticipações erradas podem permitir “o abuso por parte da indústria farmacêutica”. O presidente do Infarmed revelou também que avisou o anterior Governo para esse perigo.
A audição na Comissão de Saúde discutiu a proposta apresentada ao Governo, por parte da Autoridade Nacional do Medicamento, para acabar com as comparticipações da vacina contra o colo do útero o dos métodos contracetivos.
Segundo Jorge Torgal, comparticipar um fármaco pode funcionar como incentivo à sua toma, o que não é correto. Nenhum medicamento deve merecer incentivo e as comparticipações devem ter outro fim.
“Poucos meses depois do início da comparticipação da vacina, verificou-se um aumento da sua venda”, realçou o presidente do Infarmed, utilizando este caso para sustentar a teoria da perversidade de certas ajudas na compra de medicamentos.
Jorge Torgal considera, no entanto, que “80 por cento dos fármacos” devem ser comparticipados.