Ciência

Rio de glaciar desapareceu em apenas quatro dias devido ao aquecimento global

O aquecimento global continua a fazer-se sentir, em escalas cada vez maiores. Desta vez, em apenas quatro dias, o rio que corria do glaciar Kaskawulsh, no Canadá, nomeadamente o fluxo do rio, passou para outro nesse espaço de tempo, um fenómeno que surpreendeu os cientistas. Este fenómeno alterou profundamente a paisagem ao redor.

Trata-se do rio Slims que, segundo o ‘The Guardian’, o seu leito chegava aos 150 metros no ponto mais largo. Este rio, durante séculos, transportou a água derretida do glaciar Kaskawulsh, um dos maiores do Canadá, em direção ao mar de Bering.

Contudo, no ano passado, houve uma quantidade bastante significativa de água que derreteu do glaciar, que acabou por correr para um segundo leito, o do rio Alsek, que fica a centenas de quilómetros de distância e que segue em direção ao Golfo do Alasca.

Os cientistas apontam as alterações climáticas como a principal responsável por este fenómeno. “Há 99.5% [de probabilidades] de ter ocorrido devido ao aquecimento causado pela era industrial”, afirmou James Best, geólogo da Universidade de Illinois.

A equipa de cientistas, que estuda há muitos anos o glaciar, fez medições do fluxo dos rios que revelou que a primeira mudança alguma vez documentada foi entre 26 e 29 de maio, do ano passado. As conclusões da equipa foram publicadas na revista ‘Nature’.

“Fomos para a área para continuarmos a medir o rio Slim e encontramos o leito do rio mais ou menos seco. O delta onde navegávamos de barco era agora uma tempestade de areia. Em termos de paisagem a mudança foi incrivelmente dramática”, explicou James Best.

“Descobrimos que toda a água que vinha da parte da frente do glaciar, ao invés de se dividir em dois rios, estava a ir só para um”, acrescentou.

Anteriormente, os rios Slims e Alsek tinham o mesmo tamanha, mas desde 2016 que o Alsek tornou-se 60 a 70 vezes maior que o Slims.

Este é o caso de o fluxo de um rio ser completamente desviado para outro, um fenómeno que nunca havia sido observado por cientistas.

“Que nós saibamos, nunca ninguém documentou este acontecimento no nosso tempo de vida”, afirmou Dan Shugar, geocientista da Universidade de Washington Tacoma.

 

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